segunda-feira, 18 de maio de 2009

A Busca da Felicidade


A felicidade é cantada em verso, em poemas, no cinema, na TV. Criam-se teorias psicológicas na qual o homem vive em nome da felicidade, é a briga do Id, Ego e Super Ego. A felicidade ainda é referida por entidades filosóficas, religiosas e éticas. Até mesmo a ciência buscou mensurá-la, mas a grande novidade é a ciência política adotando a felicidade como índice de desenvolvimento de um país.
Ouvindo parece ficção, mas é verídico, extraído do “The New York Times” de 18 de maio de 2009. “Butão não só busca a felicidade como também a mensura”.
A frase proferida pelo ex-rei Jigme Singye Wangchuck, na década de 1970, “precisamos pensar na felicidade nacional bruta (FNB)”, alternativa ao produto interno bruto (PIB) e desde então tem sido refinada para se tornar uma política oficial. Desde o ano passado (2008) programas de governo devem ser avaliados não pelos benefícios econômicos que podem oferecer, mas pela felicidade que produzem. Ótimo, excelente... mas como medir essa felicidade? Felicidade de quem? O que é felicidade? O premiê explica: não se refere à felicidade em si, um conceito que cada pessoa tem um, mas o que ele chama de “a busca pela felicidade nacional bruta”. Para ele, é a independência Americana. Bem, segundo os butaneses, “para o mundo levar a sério a FNB (Felicidade Nacional Bruta) são necessários padrões e definições que possam ser quantificados pela economia mundial. Foi criado um intricado modelo de bem-estar com quatro pilares (economia, cultura, meio ambiente e bom governo), nove domínios (bem-estar psicológico, ecologia, saúde, educação, cultura, padrões de vida, uso do tempo, vitalidade comunitária e bom governo) e 72 indicadores (dentre eles incluem freqüência de orações e meditação e os sentimentos de egoísmo, ciúme e outros). A meu ver, estão encaixotando as pessoas, o país, e lógico, a felicidade. Aprendi que a felicidade é livre, sendo que para cada um contempla um aspecto, uma necessidade, não podendo assim ser encaixotada. Poderíamos dizer que felicidade está no Respeito ao próximo, mas mesmo assim, até este é relativo ao entendimento e consciência de cada um, não podendo ser exigido ou cobrado, apenas ensinado. E o mais intrigante, como podemos mensurar a Felicidade nacional Bruta de um país desconsiderando a felicidade individual, se cada indivíduo faz parte e compõe o país? Seria como avaliar a saúde de um organismo desconsiderando a saúde individual de seus órgãos. Se apenas um dos órgãos estiver doente, podemos considerar aquele organismo 100% saudável?
E para finalizar, interessante como o primeiro-ministro colocou a causa da atual catástrofe econômica mundial sendo pela “insaciável cobiça humana”, mas padronizar a felicidade também não seria uma máscara da cobiça? Não seria o desejo de tudo controlar e fazer do jeito próprio?
E você, qual fórmula usaria para medir a felicidade sua e alheia?

quinta-feira, 14 de maio de 2009

Por que ainda obeso?

Reflitam comigo... se a obesidade não é algo novo, apesar de estar sendo muito discutida e de ter aumentado muito sua incidência nesses últimos tempos, sendo hoje a terceira doença nutricional do país, por que ela se mantém e vem aumentando cada vez mais? A obesidade data de 25 mil anos atrás aproximadamente. Porém, nessa época a Obesidade era muito bem-vinda por questões de sobrevivência. Mas, 2 mil anos antes de Cristo já se buscavam controle sobre ela e mesmo com Hipócrates tendo identificado a obesidade como uma condição doentia que poderia levar a morte e seu discípulo Galeno, considerado-a como falta de disciplina, essa forma de se relacionar com a comida e com a obesidade perdurou até a nossa sociedade contemporânea. E apesar de todas as complicações e dificuldades que ela pode gerar, ambientais (locais não adaptados para obesos); sociais; aparência e cuidados pessoais; distúrbios psicológicos; econômicos (pela dificuldade em adquirir emprego e os altos custos dos produtos e tratamentos para obesos e tantos problemas de saúde, a população se torna mais obesa. Não podemos justificar esse fato alegando falta de informação. Hoje vivemos num mundo de alta tecnologia, no qual a informação de qualquer lugar do mundo está ao alcance de todos, mesmo aos menos favorecidos, em instantes. Também não podemos alegar falta de tratamentos, pois existe a nossa disposição um arsenal de recursos contra a obesidade, desde dietas, tratamentos, medicamentos e até cirurgias contemplando todas as camadas sociais e econômicas. E por que mesmo assim, com todos esses recursos a obesidade só cresce em todo o mundo?
Segundo Aristóteles (384-322 a.C.), todos os nossos sentimentos se expressam no corpo e para MacDougall (1996), obesidade é a expressão através do corpo de algo que não é expresso pela via da fantasia e nem pela via do pensamento ou da linguagem.Dessa forma, o alimento adquire outros significados que não só o de nutrir para sobrevivência, mas serve como intermediário das relações afetivas(Stenzel ,2000), como mecanismo de defesa inconsciente(Debray ,1988), o conforto e o estímulo agradável ausente(Lacocque apud Wajner ,2000), ou seja, um símbolo de proteção contra agressões de toda espécie. (SENISE; 1976). Assim, para Ajuriaguerra, determinadas dificuldades de natureza psicológica estão sempre presentes, podendo estar entre os fatores determinantes na obesidade exógena ou ser conseqüente à obesidade endógena.