sexta-feira, 10 de junho de 2011

O festeiro

Uma das mais importantes festas juninas é a festa de 24 de junho, dia de São João, o Santo festeiro, também considerado o santo protetor dos casados e enfermos. Ainda protege contra dores de cabeça e garganta.  Existe até uma teoria que as festas de junho a princípio eram chamadas de “Joaninas” em homenagem a São João.

A tradição do mastro ou pau de sebo – mastro com uma bandeira triangular com a imagem dos 3 santos: Sto Antonio, São João e São Pedro ou em forma de caixa com a imagem de São João com o carneirinho- se deve ao nascimento de João. Ao nascer, sua mãe, Isabel, prima de Maria, mãe de Jesus, teria mandado erguer um mastro iluminando-o com uma fogueira para que sua prima Maria soubesse que João havia nascido. Assim, nasce a tradição de ascender a fogueira e erguer o mastro.

A brincadeira consiste em subir em um pau reto e liso banhado com graxa ou sebo e tentar chegar ao topo, quase 8 metros e apanhar um prêmio.

Podemos fazer uma analogia interessante... Não se pode parar. Mesmo fazendo um enorme esforço para “subir” seu progresso pode ser tímido. Contudo se desistir e parar, com certeza estará “descendo”. Ou seja, ou você busca avançar sem a garantia de sucesso, ou você seguramente estará retroagindo.










quinta-feira, 9 de junho de 2011

Casamenteiro

Um dos padroeiros das festas juninas é Fernando de Bulhões. Fernando de Bulhões??? Quem é este? Este é quem passou a se chamar Santo Antônio quando ingressou na ordem de São Francisco de Assis. Português de família tradicional de Lisboa, ordenado sacerdote aos 23 anos de idade, iniciou sua pregação na África, na qual começou a realizar seus milagres. Morreu em Pádua, Itália em 13 de junho de 1231. . Além de casamenteiro, ele é invocado para achar coisas perdidas. Segunda-feira próxima já o dia 13 de junho e encontraremos muitas pessoas deixando-o de ponta cabeça, colocando-o na geladeira até que ele realize o pedido. É prática comum, a realização de simpatias para, principalmente, “achar” um namorado e conquistar o futuro marido.  
E pelo jeito que as coisas andam, Sto. Toninho vai trabalhar muuuiiittooo esse ano!!!
Tadinho...Galerinha dá uma forcinha pra ele... 

quarta-feira, 8 de junho de 2011

Festas Juninas

Hoje as festas juninas homenageiam alguns santos da igreja Católica. Contudo, sua origem é anterior ao Cristianismo. As festas no mês de junho estavam ligadas a questões mais primitivas, de sobrevivência. Celebravam e agradeciam o início da colheita, cultuando os deuses do Sol e da fertilidade no antigo Egito.

Essa tradição espalhou-se pelas terras de domínio Romano, inclusive Espanha e Portugal que posteriormente adotaram o cristianismo como religião oficial. Nessa época que passaram a homenagear João Batista que batizara Cristo, dando origem a famosa festa de São João.

Herdamos esse costume por sermos colônia de Portugal, sendo no Nordeste onde ela é mais arraigada, inclusive por coincidirem com a colheita de milho.

Posteriormente outros santos da igreja católica passaram a ser reverenciados: Santo Antônio (santo casamenteiro) e São Pedro (porteiro do céu). No Brasil essas festas são realizadas com brincadeiras, danças, comidas típicas de milho principalmente e muita superstição e simpatias.

A dança típica da festa é a quadrilha, ou seja, uma adaptação da dança típica francesa que celebrava casamentos da aristocracia na Europa. Já em 1820 era praticada aqui no Brasil e se popularizou e sofreu adaptações mais simples e populares, acessíveis a todos.

A maior festa junina do mundo pertence a Caruaru, interior de Pernambuco, Brasil. Lá a tradição vai além da tradição normal das festas. A festa não se restringe apenas aos dias dos santos comemorados, ela dura o mês inteiro de junho. O ponto marcante das festas juninas de Caruaru são as comidas gigantes, com cuscuz de meia tonelada e pamonha com mais de 100 quilos, por exemplo, e a competição das quadrilhas infantis das mais de vinte escolas municipais.



quinta-feira, 2 de junho de 2011

A difícil arte de relacionar-se!

Iniciando uma reflexão sobre relacionamentos: conhecer-se, comunicar-se e estabelecer troca.

Somente damos sentindo a nossa existência quando nos relacionamos. É através da existência do outro que vamos construindo o sentido de nós mesmos. E é na vivencia com a diferença que podemos ser quem somos.
Antes mesmo de nascermos já experenciamos nosso relacionar com o mundo. E a princípio nosso mundo é simples e pleno: nossa mãe.

Nossa primeira relação. Essa que deveria ser simples e primária, ao contrário, é a mais importante da nossa vida. É a que marca toda a nossa existência. É a partir dessa primeira que iremos moldar toda e qualquer outra relação que tivermos.

É a mãe que nos apresenta o mundo. É através da lente dela que moldaremos o mundo. É a mãe que dá o “tom” do mundo. Se ela o vê hostil e ameaçador ou se e ela o apresenta um mundo seguro e belo, assim o bebê o verá. Mais ainda, é ela que nos apresenta a nós mesmos. Essa é a primeira relação mágica que vivenciamos. Antes mesmo de o filho ter um sentindo no mundo, a mãe o vê nele. E ela só consegue fazê-lo à medida que consegue nos reconhecer como um ser separado dela.

Esse movimento simultâneo e conjunto de fundir-se e diferenciar-se é mágico e maravilhoso. Simples e complexo. Comunica o passado com o presente com a oportunidade de reintegração das experiências, sensações e sentimentos peculiares dessa fase, num movimento regressivo da mãe na direção de suas próprias experiências enquanto bebê e das memórias acumuladas ao longo da vida, concernentes ao cuidado e proteção de crianças.

É dessa relação saudável entre mãe e bebê que nasce a possibilidade de emergir toda a potencialidade nata do indivíduo ao amadurecer. A dificuldade em ser saudável está justamente na comunicação que será estabelecida entre ambos: mãe e bebê. Está no reconhecimento das peculiaridades de cada ser, de cada manifestação. A cada novo ser que nasce, adentramos num novo universo.

Cabe a mãe desbravar essas sutilezas e decodificar os símbolos de cada gesto, som e de cada olhar e estabelecer contato, interagir e efetuar algum tipo de troca, oferecendo um ambiente seguro e acolhedor para esse novo ser.

Mãe e bebê quando em sintonia, vivenciam um momento único e sublime. A mãe abstém de si mesma em grande parte para dedicar ao seu filho toda a atenção, suprindo as necessidades de alimentação, higiene e acalento (segurança), criando condições para manifestação de unidade entre mãe e bebê. Essa condição, que alguns autores chamam de “a majestade o bebê” fundamenta o desenvolvimento, amadurecimento emocional-afetivo do bebê. É nessa comunicação acolhedora que ocorre a integração soma (organismo físico) / psique do bebê, na qual ele inicia o auto-reconhecimento.

Ao começar o reconhecer-se, o bebê rompe a fusão e ambos terão que suportar a gradativa evolução da dependência total para a dependência relativa. Isso é o amadurecimento. É a separação relativa que gera força da existência, não para o isolamento, mas para a possibilidade de formarem outros relacionamentos, baseados na visão primordial do mundo que nos foi apresentado e construído.



Texto embasado embasado na teoria de desenvolvimento de Donald Woods Winnicott, pediatra e psicólogo(1896- 1971) 
Temas relacionados: http://migre.me/69V6G