A morte, natural do ciclo da Vida, nos é cada vez mais afastada. Frequentemente ela ocorre longe dos nossos olhares. A nossa participação no ritual é excluída. Apenas nos resta a despedida e a dor da partida. O assunto ocultado, velado. A mudez que nos faz senti-la dóida como parte arrancada de nós mesmo. Só é permitido aos os notíciarios abordarem o assunto, mas com sensacionalismo. A dor reprimida, escondida por calmantes e sedativos.
Fujimos do inevitável. E cada vez mais somos tomados pelo medo da morte.
Interessante seria se pudessemos refletir sobre a morte. O que é a morte? Ela nos faz pensarmos sobre a Vida. Mas que vida?Eu tenho vida?O que nela que nos faz temer? Ela nos faz refletirmos sobre nossa fragilidade, nossa insignificância. Talvez isso que nos assuste. Nos destitui da Onipotência, nos faz lembrar que somos humanos, que cumprimos um ciclo de começo, meio e fim.
E porque teme-la se é a única certeza que podemos ter ao estarmos vivos? Tememos a morte de alguem querido ou a nossa própria?
A morte de um estranho nos abala porque nos faz pensar na dor da família?
Não, dificilmente lembramos que o outro tem família. O outro morto nos lembra que poderia ser nosso ente querido ou nos alerta da possibilidade de estarmos no lugar daquele que foi?
Puro egoísmo!!!
Porque só pensamos que não estará mais conosco, no que deixará de viver. Esquecemos o que ele viveu, quem ele foi em Vida.
Quando alguém se vai deveriamos refletir sobre sua estada aqui, o que de bom aprendemos com aquele ser. Agradecer os momentos vividos por ele que me servirá de testemunho, bom ou ruim, mas estará contribuindo para eu ser alguém melhor. Não só por mim mesmo, mas como agente da cosntrução de um mundo melhor. Os que a minha volta estão também se beneficiarão.
E porque temer a própria morte? Para quê quero viver mais? Penso que só teme a morte aquele que ainda não a viveu. Aquele que ocultou seus sentimentos em relação ao outro. Aquele que deixou algo por fazer. Aquele que Vive mas não está vivo!
Aquele que está VIVO não teme a partida. Festeja a partida.
Vive a vida intensamente com liberdade de ser seus sentimentos e mostrar seus pensamentos. Não que a deseje, mas não se apavora, sabe que é o ciclo natural, faz parte da VIDA.
Antigamente quando a morte era esperada em casa, ainda em vida partcipava-se do ritual da morte. Ainda consciente da própria morte, em Vida, faziam-se agradecimentos e despedidas. Podiam reffletir sobre a utilidade daquela vida. Seus feitos e ensinamentos. Fechava-se o ciclo daquela estada. E as pessoas seguiam seus caminhos sem dor, apenas com saudades. Hoje, esse afastamento da morte faz dela um mistério. Nos dá a ilusão de que ela não pertence a vida e que não chegará, só alcança os desaventurados. O afastamento da morte nos traz o prejuízo do imediatismo, da surpresa inesperada e da dificil credibilidade da ausência.
Aproximem-se da morte!Pensem na morte!
E quando ela já fizer parte da sua vida não será mais preciso teme-la, pois ela será apens mais uma etapa da sua VIDA!
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