sábado, 5 de junho de 2010

ESTRESSE

“O estresse é um inimigo silencioso,



que pode causar sérios danos à saúde”.


Pressão alta, gripes constantes, alergias ou dor de estômago são problemas físicos tão comuns, que quase ninguém dá importância para eles. Mas por trás dessas corriqueiras doenças, pode existir uma bomba relógio poderosa capaz de explodir a qualquer momento: o ESTRESSE.

A vida de hoje nos afastou da natureza e nos colocou num permanente estado de competição e conflitos. Sobreviver no campo ou nas grandes cidades, em qualquer lugar do Planeta é um desafio muitas vezes maior do que as nossas forças. Corremos de um lado para o outro, sem descansar. Não damos nem mesmo uma escapadinha para entrarmos numa loja e olharmos uma vitrine. Quando paramos para pensar semanas e meses já se passaram. Uma sensação de falta de controle sobre a própria vida toma conta da alma.

Além disso, o contato humano é cada vez menor. Fechando-se em seus mundos, as pessoas acabam mantendo um contato formal até com os vizinhos. O efeito desse isolamento é o aumento do estresse e das doenças que o acompanham, como a ansiedade e a depressão, que afeta milhões de pessoas.

Infelizmente, não é possível fugir das pressões do cotidiano. Porém, conhecendo o estresse e como evitá-lo, pode se viver com mais qualidade.

Apesar de pensarmos que o Estresse acontece apenas hoje em dia, devemos saber que ele existe há milhões de anos, desde quando os homens primitivos lutavam pela própria sobrevivência, escondendo-se em cavernas do sol escaldante, frio intenso, animais ferozes e de grande porte. Com o objetivo de sobreviver, encontravam uma forma de reagir diante destas dificuldades através da vontade de lutar e ganhar, caçar e conseguir se alimentar, entre outras necessidades. Porém, foi na década de 30, através de um endocrinologista canadense Hans Selye (1907-1982) que primeiro pesquisou o estresse, que se observou que organismos diferentes apresentavam um mesmo padrão fisiológico para estímulos sensoriais ou psicológicos. E a conseqüência disto seriam os efeitos nocivos em quase todos os órgãos, tecidos ou processos metabólicos, etc. Fez ele, então, uma abordagem biológica a um fenômeno que anteriormente, já na época moderna, foi inicialmente estudado como um conceito da Física, envolvendo materiais que são prensados.

Precisamos dizer também, que o estresse não é uma doença, mas a persistência desse estado, pode levar ao adoecimento, “escolhendo” cada indivíduo, o seu órgão “de choque”, isto é, o seu órgão mais vulnerável diante de situações que não consegue controlar.
É importante afirmar, outrossim, que eliminar completamente todos os tipos de Estresses não é benéfico, isto é, fisiologicamente a ausência total de estresse equivale à morte. O que devemos tentar fazer é reduzir em nós próprios, os efeitos danosos do Estresse que a sociedade nos proporciona e sensibilizá-la para os meios capazes de ajudar a administrar melhor os chamados “estressores do cotidiano”. Conhecer o Estresse, suas causas, sinais e sintomas são de fundamental importância, então, para aprendermos a lidar com ele.

Aproximadamente 50 a 75% das consultas médicas hoje em dia estão direta ou indiretamente relacionadas ao Estresse. Por isso a necessidade de darmos a este assunto uma conotação preventiva e educacional, evitando-se danos maiores aos indivíduos em todos os ambientes dos quais freqüenta, principalmente em seu ambiente de trabalho, é o que aqui nos interessa fazer.

CONCEITO
O Estresse seja ele de natureza física, psicológica ou social, é composto de um conjunto de reações fisiológicas que, se exageradas em intensidade ou duração, podem levar a um desequilíbrio no organismo. A reação ao estresse é uma atitude biológica necessária para a adaptação às situações novas.

Selye descreveu os sintomas do estresse sob o nome de SÍNDROME GERAL DE ADAPTAÇÃO - SGA, composta de 3 fases sucessivas: fase de alarme, fase de resistência ou fuga, e fase de exaustão ou esgotamento.

Fase de alarme: ocorre quando o indivíduo entra em contato com o agente estressor (o que causa o estresse) e o seu corpo perde o equilíbrio. O organismo reconhece o estressor e começa ativando o sistema neuroendócrino, produzindo através das glândulas supra-renais os hormônios típicos do estresse, ou seja, o cortisol, a adrenalina e a noradrenalina. Por causa disso, notadamente por conta da adrenalina, os batimentos cardíacos aceleram, há dilatação das pupilas, aumenta a sudorese e aparece a hiperglicemia (aumento dos níveis de açúcar no sangue). Concomitantemente a digestão é paralisada, o baço se contrai para expulsar mais glóbulos vermelhos para aumentar o fornecimento de oxigênio aos tecidos e interrompe a atividade imunológica, por conta do cortisol. Alguns sintomas: mãos e/ou pés frios; boca seca; dor no estômago; aumento da sudorese; tensão e dor muscular; aperto na mandíbula/ranger os dentes; diarréia passageira; pressão arterial alta; taquicardia; insônia; agitação; entusiasmo súbito; entre outros.

Fase da resistência ou fuga: aqui o corpo tenta voltar ao seu equilíbrio. Pensamos até que estamos bem, sem mais aquele problema que nos assolava. O organismo pode se adaptar ao problema ou eliminá-lo. Sintomas: problemas com a memória; mal-estar generalizado; formigamento nas extremidades; sensação de desgaste físico constante; mudança de apetite; gastrite prolongada; tontura; sensibilidade emotiva excessiva; obsessão com o agente estressor; irritabilidade excessiva; desejo sexual diminuído; entre outros.

Fase da exaustão ou esgotamento: esta é a terceira fase do estresse. É perigosa, pois se tem diversos comprometimentos físicos em forma de doenças. Sintomas: dificuldades sexuais; tiques nervosos; hipertensão arterial confirmada; problemas dermatológicos prolongados; mudança extrema de apetite; impossibilidade de trabalhar; pesadelos; cansaço excessivo; irritabilidade; angústia; depressão; ansiedade exarcebada; hipersensibilidade emotiva; entre outros.

CONSEQÜÊNCIAS:
O estresse pode afetar o organismo de diversas formas, como pudemos ver acima, e seus sintomas podem variar de pessoa para pessoa. Existe uma sensibilidade pessoal que reage quando enfrentamos um problema, e essa particularidade explica como lidamos com situações desafiadoras, decidindo enfrentá-las ou não. A essa capacidade de reagirmos, de enfrentarmos o estresse chama-se tecnicamente de coping (ou enfrentamento). Definindo melhor: “conjunto de estratégias utilizadas pelas pessoas - esforços cognifivos e comportamentais - aprendidas, usadas e descartadas - para se adaptarem a circunstâncias adversas ou estressantes” (LAZARUS & FOLKMAN, 1984, p.123.)


O Roteiro da Prevenção:
Alimentar-se bem, fazer exercícios, relaxar e buscar um sentido para a vida ajudam a superar ou evitar o stress.
Alimentação: Corpo nutrido com moderação e equilíbrio tende a ser um corpo saudável. A alimentação deve ser um prazer, por isso não radicalize. Não é necessário ser um vegetariano para ter boa saúde. Não evite festas nem faça do dia – a – dia um banquete:

• Mantenha-se no seu peso;

• Procure variar a alimentação, para que não faltem vitaminas e nutrientes;

• Evite muita gordura e açúcar;

• Os alimentos não devem ser muito quentes nem muito frios;

• Não restrinja seu cardápio a sanduíches e batatas fritas;

• Pare de fumar, não abuse do álcool.

Movimento: O ser humano foi feito para se movimentar, para andar. É fundamental se exercitar para evitar acúmulo de hormônios nos músculos e nos ossos, e de desagradáveis dores na coluna e nas pernas. Se não quiser praticar






Um comentário:

Igor. disse...

Como sempre, quando você pede sugestões, e eu as dou. Fico esperando justamente por essas respostas mais aprofundadas, te juro que apesar do que tanto leio sobre estresse, não sabia que ele tinha causas que parecem aos nossos olhos tão pequenas, mais que na verdade são perigosas, vou começar a olhar mais esse lado atentamente, obrigado por postar a sugestão, Bia.