sábado, 28 de julho de 2012

SAN


Não se trata nem do tio SAN e nem de algum professor de artes marciais, mas de um transtorno alimentar que caracterizasse pelo hábito em assaltar a geladeira.



A Síndrome Alimentar Noturna, chega a afetar 3 milhões de brasileiros, 1.5% da população. A maioria são brancos com idade entre 12 e 20 anos e 90% mulheres. O hábito de comer durante a madrugada não é mais visto como um simples e inofensivo “lanchinho”. O tema tem sido abordado com seriedade e estudado a fundo suas consequências e já é visto como um transtorno alimentar.

Estudo da Abeso, Associação Brasileira para o Estudo da Obesidade e da Síndrome Metabólica, revela que a SAN “caracteriza-se episódios frequentes de excessiva fome noturna e, por consequência, maior ingestão calórica após as 19 horas”. A dieta deixa de ser saudável quando 55% ou mais da ingestão calórica diária ocorre após esse horário. E ainda que a maior ingestão de alimentos com alto valor calórico à noite, combinados com insônia e falta de apetite nas primeiras horas da manhã são os principais sintomas da doença.

Com a chegada da noite, uma vontade incontrolável de comer a acompanha e o ataque à geladeira se tornam inevitável. Em geral, quem sofre deste transtorno ingere a comida praticamente sem mastigar, na tentativa de reduzir temporariamente a ansiedade e o faz às escondidas.
A alimentação predominantemente noturna cria um desequilíbrio no metabolismo, tornando-o mais lento durante o dia. Por isso, não é ao acaso que cerca de 10% dos obesos e 27% dos obesos mórbidos possuem a síndrome.

Os alimentos eleitos pelos “comilões noturnos” são os ricos em carboidratos e gorduras, aumentando em muito o risco à diabetes e a obesidade.

O ideal é que as refeições sejam realizadas em proporções adequadas, sendo:

15% no café da manhã

11.7% no lanche da manhã

30% no almoço

11.7% no lanche da tarde

20% na janta e

11.6% na ceia

A SAN ou Síndrome do comer Noturno (SCN) pode ter várias origens, mas tem mostrado estreita relação com fatores sociais, culturais, familiares e emocionais. Dietas muito restritivas podem aumentar em 15 vezes o risco de adquirir algum tipo de transtorno alimentar.

Mas a SAN tem tratamento. Ele é feito com equipe multi e interdisciplinar com nutricionista para melhorar o hábito alimentar diurno e orientar sobre as calorias e nutrição dos alimentos; endocrinologista, podendo incluir uso de medicamento para conter a ansiedade e a compulsão; e psicólogos para entender e aprender a lidar com o estresse e a ansiedade e com outros gatilhos emocionais, como por exemplo, a culpa e punição.