segunda-feira, 27 de dezembro de 2010

Sexo não é apenas sexo

Nessa época do ano o clima é de alegria e por vezes a euforia e ansiedade é tanta que ocorrerem exageros. Libera geral, principalmente na bebida e por consequinte no transito, no sexo etc. Divirtam-se, mas cuidado com o descontrole, você pode não gostar das consequências.

“...Sexo é esporte, sexo é escolha... Sexo é imaginação, fantasia...”

Sexo não é apenas sexo, mesmo quando é feito sem amor é muito mais do que vontade. E contrariando Rita Lee, sexo não vem dos outros e vai embora, vem de nós e mais que demora, é pra sempre.

A sexualidade humana adulta não é livre a priori. Ela é refém das nossas culturas, crenças e recalques.

Numa transa ninguém sai ileso. Cada experiência olfativa, táteis, gustativas, visuais e sensoriais marca uma inscrição única. Cada transa sustenta a construção psíquica que tenta dar conta desse movimento invasivo de penetrar e ser penetrado, dar e receber.

Mesmo nos tempos atuais de liberação sexual ainda encontramos algumas falências sexuais impeditivas ao gozo, ao prazer e a realização da completude.

Falo de mulheres e homens que encobrem e se envergonham da sua dificuldade orgástica como se fosse um pecado não tê-lo ou simplesmente falar sobre suas intimidades nuas e cruas.

Essa cobrança dos tempos do prazer não poupa nenhuma faixa etária: as crianças, (sim porque até os bebês já possuem sexualidade) para serem pop star vestem-se como adultos erotizados e dançam coreografias que simulam o prazer do ato sexual; jovens que se iniciam sexualmente cada vez mais cedo para sentirem-se valorizados e adultos que para serem atletas sexuais e manterem uma vida sexual ativa na terceira idade, iniciam uma maratona da vida saudável, importando-se mais em preservá-la do que sentir os momentos de prazer com maior qualidade.

Na época de Freud impedir o encontro com a sexualidade era o que levava às disfunções sexuais. Hoje é o excesso da sexualização veiculado pela mídia, proferido por qualquer boca, pela exigência, por hora, das mulheres que exigem o direito do orgasmo e sentem-se obrigadas ao chegar ao gozo, acaba colocando em “xeque” a virilidade. Virilidade esta, que pode ser comparada e propagada onde e quando bem entenderem, já que agora se apresenta desvinculada da ética velada pelo(a) companheiro(a) ou do profissional do sexo.

Mesmo com a mulher deixando para trás o lugar, somente de procriadora e objeto de prazer masculino, e de sabermos que existe ainda uma diferença entre o que homens e mulheres desejam consciente ou inconscientemente de uma relação sexual, encontramos muitas pessoas procrastinando o direito ao prazer para não serem desvelados.

Todos têm direito ao gozo e devem buscar ajuda profissional, seja de sexólogos, médicos ou psicólogos. As causas orgânicas, tanto para homens quanto para mulheres, são raras.

O ato sexual não se refere apenas ao sexo, vai muito mais além. A forma de se relacionar sexualmente esta intimamente associada à forma que o indivíduo se permite viver e se colocar no mundo. Ao quanto ele(a) consegue se entregar, se permitir estar indefeso e confiar no outro. Se mostrar. Não apenas o corpo nu, mas as suas fragilidades, seu Ego, seu Eu. O sexo esta vinculado aos complexos de cada um, as crendices sociais e mitos que durante a vida construíram para si, na maioria das vezes minando a auto-estima, privando-se do direito da troca em dar e receber, estabelecendo um ciclo vicioso difícil de ser quebrado.

Quase 30 % das mulheres possuem alguma dificuldade sexual, porém apenas 5% procuram ajuda. Quando falamos sobre as disfunções sexuais masculinas relacionadas à dificuldade na relação, esse número quase dobra, saltando para 47% dos homens com menos de 60 anos. Acima dessa idade, (sim idosos também podem ter vida sexual ativa) por um motivo ou outro 60% dos homens não demonstram interesse sexual. Mas como disse antes, sentir prazer e relacionar-se sexualmente é um direito de todos em todas as idades, considerando a maturidade sexual de cada faixa, sendo legítima a busca de ajuda profissional e em nada devem se envergonhar.

Viva o prazer! Viva o direito de dar e receber!

Viva o direito de se entregar e de confiar sem se arrepender!

Use camisinha SEMPRE!!!!!
Faça sempre sexo SEGURO!!!!

domingo, 26 de dezembro de 2010

Preso no Passado

Bem apessoada, bonita, divertida, inteligente, solteira, livre e desimpedida e mesmo assim ninguém se aproxima? Ou quando se aproxima não se vincula, é passageiro?

Sem entrarmos em questões cientificas, porque poderíamos explicar esse fenômeno com as emoções que liberam hormônios e feromônios, atraindo ou repulsando pelo cheiro imperceptível exalado, mas justificando apenas pelo pensamento preso no passado.

Sempre fui apaixonada pelo chefe dessa máquina perfeita que é o nosso corpo humano, o cérebro. E a cada nova descoberta sobre ele (cérebro) fico mais e mais fascinada, reforçando a minha tese de quem manda é os nossos pensamentos. E eles, por vezes, parecem totalmente autônomos e contrariam nossa vontade consciente, atendendo em 1ª instância o inconsciente.

Assim sendo, inúmeras vezes queremos olhar para o futuro, viver o presente, mas estamos presos no passado com nossos pensamentos e emoções.

Enquanto ainda estivermos ligados as emoções de outrora, enquanto nossos pensamentos insistirem em correr ao passado tentando encontrar um antigo amor, a “fila” não anda, não há espaço para um novo amor.

Podemos acreditar que o outro que não “chega”, não se aproxima e que estamos abertos para um novo relacionamento. Contudo, caso nossa mente esteja fechada, parada em um tempo que não volta mais, ela não permite que nossos olhos vejam os “sinais” que outros interessados nos transmitem , deixando para trás oportunidades de vinculação, de empatia e de novas possibilidades amorosas. Tão pouco permite que mostremos disponibilidade. Muito pelo contrário, quando ainda estamos com pensamentos e o coração em antigos relacionamentos, emitimos sinais contrários a qualquer aproximação, mostrando que ainda não estamos prontos. São “sinais” inconscientes para quem os transmite e para quem os recebe, contudo existentes e lidos pelo nosso cérebro.

Assim, para dar espaço ao novo devemos fechar as portas do passado não só com a consciência, mas principalmente em pensamento e coração.

sábado, 25 de dezembro de 2010

Mulher que dá demais fica sozinha

Você tem razão...fiz de propósito, não resisti! Usei a palavra com duplo sentido, mas ambos estão corretos.



Quem assistiu à peça “Os homens são de Marte é pra lá que eu vou” ou quem leu o livro “sexo”, não me recordo o autor (mas lógico, escrito por um homem que se intitula “ex-galinha”) logo saberá do que eu estou falando.


Mulheres que querem agradar demais e fazem de tudo para os “seus” homens, mesmo que tenham acabado de conhecê-los, acabam por afastá-los. Relacionamento é uma via de mão dupla. Quando um só se dá por demais, se dedica ao extremo enquanto o outro só de delicia, se aproveita, acabando por anular aquele que muito faz e sufocar aquele que muito recebe.


E quando alguém se anula, a relação não tem como se sustentar. Quem pode gostar de alguém que não existe? E quem sobrevive sem existir?


A relação acaba por se tornar pesada não só para aquele que tudo faz pelo outro, dada a sobrecarga, mas também para aquele que recebe porque pode se sentir devedor. Sem contar que, hora ou outra, aquele que se dedica em excesso acaba por sentir que não está sendo reconhecido, valorizado. Sente ingratidão daquele para o qual tudo fez.


Essa gama em querer agradar pode ser reflexo de baixa auto-estima, sentimento de pouca valia e carência afetiva. E quase ninguém quer ficar perto de pessoas com baixo astral.


Quando me referi ao outro sentindo de “dar” demais, não me referi à quantidade, mas ao tempo que demora para ceder ao outro. Muitos homens, para não generalizar falando todos os homens, confessam que a mulher que conheceram era “o número” deles, mas cedeu rápido demais e por isso eles perderam o interesse por algo além daquele encontro. A jovem mulher desse século pensa que isso é coisa do passado, que os tempos são outros, que ela hoje é dona do seu próprio corpo e pode desfrutá-lo como bem entender e desejar. Isso me lembra um amigo que certa vez me falou: “Mulher ama para ouvir que é amada e homem diz que ama para fazer amor” Quem engana quem, eu não sei, mas todos saem perdendo.


Penso que mesmo nos “tempos modernos” estamos sujeitos à força dos arquétipos os quais acabam por influenciar os homens. As mulheres sendo “fáceis” não favorecem ao exercício da conquista. Tal qual é um insulto ao instinto de negociador do comerciante egípcio quando o comprador aceita o preço sem regatear. Além disso, na mente masculina, quem cede fácil para um cederá para outro e isso denota também sentimento de pouca valia. O que é dado de graça geralmente é dado pouco valor. Se pensarmos que o que é valioso é raro e difícil de se conseguir, ser “facinha” vai contrário a isso, assim para nos darem valor deve-se ir devagar e ir ceder após cada conquista.

quinta-feira, 23 de dezembro de 2010

Banalização do Amor

Todos esperam encontrar “o amor da sua vida”. Todos querem amar e serem amados. Muitos pensam que amam. Mas o que é o amor?
Amor diferentemente da paixão, não é um sentimento avassalador. Talvez o ditado “amor a primeira vista” seja o grande vilão da história que leva principalmente as mulheres, logo nos primeiros encontros, a declararem aos seus parceiros seu amor. Mas que amor? Isso é paixão! Paixão que mexe com agente a primeira vista.

Paixão que é avassaladora. Às vezes é amizade disfarçada de paixão que também é confundida com desejo, com Tzão.

O “eu te amo” esta banalizado. Divirto-me aos escutar juras de amor de casais de recém-namorados, de pessoas que ainda estão se conhecendo. Em poucas semanas, as juras de amor são trocadas. Projetos de uma vida a dois são sonhados juntos e mal se conhecem. O “eu te amo” proferido forma a imagem de compromisso, de responsabilidade e na grande maioria das vezes ninguém está pronto para se comprometer sem antes conviver.

Encontros casuais de “baladas” e bares carregam a imagem de descontração e falta de compromisso, são apenas para curtir. Lugares assim servem para “ver e ser visto”. Contudo dificilmente um relacionamento iniciado nesses locais vai à frente, se sustenta durante muito tempo. O amor é algo que não chega pronto. Não surge de um dia para o outro. Ele é construído, formado na convivência do dia-a-dia, no companheirismo e complementaridade.

Assim mulherada que quer encontrar um grande amor, não adianta se produzirem ao máximo, ficarem lindas, maravilhosas e saírem somente para baladas e irem ficando com o maior número de homens que lá estão. Saiam dessa roleta russa. Concentrem-se no dia-a- dia. Fiquem exuberantes para visitar uma amiga, irem trabalhar ou

praticar seu hobby preferido, pois é na identificação, na afinidade de valores e de gostos que irá se construir seu grande amor.

Ah… não confunda construir seu grande amor com moldar o gatinho que você conheceu e sentiu o maior Tzão ao seu príncipe encantado. Ninguém muda ninguém.
Veja-o como ele realmente é e decida se vale à pena ou não.
Veja se os prós pesam mais que os contra, porque ambos andam sempre de mãos dadas, não se iluda.
Não se veja no outro. Não projete seus sonhos e complexos no outro. Veja-o como ele é.
Não queira que ele seja igual a você.
Ele é ele. E você é você!















segunda-feira, 20 de dezembro de 2010

Obesidade Mata

As condições de vida mudaram muito, em todos os sentidos, nos últimos séculos e apesar dos governos quererem atribuir a obesidade apenas ou caracterizar como principal culpada da obesidade a estrutura genética, afirmo que não é tão simples assim. A obesidade é considerada doença crônica com prognóstico de vida comprometido. O país te, colhido sucessos na redução de mortes por doenças crônicas( 17%), incluindo males cardiovasculares, respiratórios e cânceres. Em parte, essa vitória se deve a redução de fumantes que em 20 anos caiu de 35% pra 16% da população adulta. Exceção à regra temos a diabetes tipo 2, doença deveras associada à obesidade, a qual tivemos um aumento de 10% durante os últimos 10 anos. Se pesquisas mostram que emagrecer é relativamente fácil, manter que é o difícil, recuperando o peso ou até mais em até um ano de relaxamento do regime. A obesidade é multifatotrial, englobando herança genética, herança ambiental, causas endocrinológicas, fatores sócio-culturais e psicológico/emocional. Por isso, apenas tentar remediar com ações educativas que estimulem a atividade física não irá resolver o problema da obesidade. É possível sim “evitar o imperativo de uma predisposição biológica”. A própria terminologia reflete isso: PREdisposição e não IMposição.

Toda essa legítima preocupação com a obesidade, por vezes pode ser levada de forma exagerada por alguns pais, submetendo suas crianças as restrições alimentares prejudiciais. Apesar de ser um fenômeno raro, cada vez mais, mães estão colocando seus bebês de dieta e acabam suprimindo totalmente carboidratos ou outros nutrientes importantes para o equilíbrio hormonal e para o crescimento. Em geral, por observação dos médicos pediatras, “mães obcecadas com seu próprio peso, são as que “torturam” seus bebês na alimentação”. Mauro Fisberg, especialista em Nutrição Infantil, afirma que há dois tipos de pais que submetem seus bebês as dietas: pai obeso e/ou pai ortoréxio (mania de alimentação saudável), que vetam carne e doces em favor de produtos light e/ou naturais. Tais restrições inadequadas podem levar a deficiência de ferro(falta de carne), desequilíbrio hormonal (falta de gordura) e baixo crescimento, hipoglicemia e alterações no metabolismo(falta de carboidratos).

Assim sendo, apesar da crescente taxa de sobrepeso e obesidade inantil, isso não significa que o bebê deva ser colocado de dieta como se fosse um adulto. Deve-se sim limitar o volume, mas se ela come compulsivamente deve-se pesquisar o motivo e buscar ajuda profissional de pediatras, nutricionistas e psicólogos que trabalhem com obesidade. O indicado é uma dieta saudável e balanceada, na qual se pode comer de tudo na quantidade certa e preparo adequado.


Dados retirados da Folha de São Paulo e do site: http://www.abcdaobesidade.com.br/

sexta-feira, 17 de dezembro de 2010

As mulheres estão mais sozinhas?

Novamente este texto foi emprestado do http://www.manualdasencalhadas.com.br/ mesmo sendo de minha autoria. Agradeço a Thati pela oportunidade.

A impressão que temos é que hoje o número de mulheres solteiras, sozinhas e encalhada, as famosas “pra titias” são um número muito maior do que em outros tempos. Em rodas de amigas, nos consultórios, na maior parte dos lugares essa reclamação parece ser a tônica dos assuntos. E a queixa comum é a falta de compromisso masculino. Contudo, as pesquisas indicam exatamente o contrário: hoje o índice de nupcialidade (numero de casamentos divididos pelo numero de habitantes maiores de 15 anos de idade X mil) é maior do que há 50 anos atrás. Em apenas 10 anos houve um aumento de 7 pontos percentuais.
Casam-se mais, porém mais tarde. E também se arrependem mais em terem se casado. Apesar de comentarem que há mais felicidade que infelicidade no casamento, 30% das casadas se dizem arrependidas. E destas 32% têm filhos.
Como podemos analisar essa contradição? A pesquisa não faz referencia se desrespeito ao primeiro casamento, ao segundo ou terceiro. Ou seja, a facilidade do divorcio pode ter elevado a taxa de nupcialidade. Segundo, as inúmeras mudanças no comportamento feminino podem dar a falsa idéia de que hoje elas estão mais solteiras quando na verdade, hoje elas se sentem mais livres e seguras para expressar seus anseios, desejos e desilusões do que antes. Ainda, com movimento feminista, a descoberta e uso do anticoncepcional impulsionaram o avanço da mulher à esfera profissional, tirando-a do enclausuramento doméstico, do fazer braçal e silencioso para as escolas, universidades e níveis de doutorado, obtendo mais educação do que os homens em países desenvolvidos.
Toda essa mudança de atitude e de comportamento, como qualquer outro requer uma mudança de pensamento. E a mulher mudou muito e muito rápido. Muito mais rápido do que os homens mudaram.
Hoje há um número maior de domínio da vida pelas mulheres, tornando-as mais autônomas e exigentes para se satisfazer. E a isso podemos incluir os seus pares, pretendentes, namorados e maridos que por não terem acompanhado no mesmo ritmo tais mudanças, por vezes podem se sentirem perdidos na insegurança, sem reconhecerem seu lugar na vida feminina.
O que antes era claro e sabido hoje não mais o é. O homem sabia qual era a sua função, o seu papel na sociedade. Como deveria agir, o que era esperado dele etc. Cabia ao homem conquistar declaradamente uma mulher, defende-la e prover o mínimo necessário para constituição e manutenção de uma família.
Hoje o homem é conquistado e as mulheres são muito mais agressivas, explicitas e enfáticas nesse jogo de sedução. A fragilidade feminina deu lugar a mulheres destemidas que avançam de igual para igual em todas as áreas profissionais e políticas, deixando bem para trás o antigo papel social e econômico feminino, uma vez que elas já conseguem se manter e muitas vezes ser arrimo de família .
Ou seja, o jogo mudou e a maioria dos homens ainda não se adaptou a ele. Todas essas mudanças podem intimidá-los e inibi-los a exercerem seu antigo papel social, conquistar-nos Essa dificuldade em se adaptarem expõe homens mais inseguros e descompromissados com relacionamentos mais duradouros. Talvez os homens ainda gostem das mulheres à moda antiga as quais, ao protegê-las se sentem mais fortes e necessários.

quinta-feira, 16 de dezembro de 2010

Alerta da AIDS no Brasil

A incidência da AIDS voltou a crescer, porém está abaixo dos maiores picos ocorrido em 2001/02/03, confirmando que a nossa campanha é boa, porém agora deve ser adequada a outra faixa etária. O aumento da doença se deu principalmente entre os jovens de 13 e 24 anos de idade, apesar do aumento do uso do preservativo. Também foi maior entre os idosos, maiores de 60 anos. Contudo a transmissão mãe-bebê caiu. Ainda não se sabe o porquê desse aumento. Uma das hipóteses seria o aumento dos testes que identificam a AIDS. Contudo é certo que mais pesquisas devem ser feitas para identificar a causa desse aumento para melhor nortear as novas campanhas. O que nos tranqüiliza é que mesmo tendo esse aumento, segundo o governo, a doença está “estabilizada”.

segunda-feira, 13 de dezembro de 2010

Sobrepeso infantil pode causar estragos para a vida toda

Além das diversas doenças associadas à obesidade que vinham acometendo cada vez mais crianças, cada vez mais nova, os quilos extras podem alterar o sistema musculoesquelético, causando dores e propiciando a artrose precoce. E aqui cabe o alerta: não estamos falando de crianças obesas que perfazem 14,3% da população entre 5 a 9 anos. Estamos falando de crianças com sobrepeso, ou seja, com um 33,5% das crianças nessa faixa etária. Não só a obesidade como o sobrepeso na infância e adolescência prejudicam o processo de alinhamento do geno, causando deformidades que podem levar a dores e desgastes das articulações, predispondo à artrose no futuro. Ainda o excesso de peso durante o desenvolvimento do corpo favorece também à cifose, lordose e rebaixamento do arco plantar. Essas alterações podem iniciar um círculo vicioso uma vez que prejudicam as atividades físicas, levando ao sedentarismo, que favorece a obesidade.

Em geral que sofre com excesso de peso tem uma alimentação desbalanceada e acaba tendo uma má alimentação por escolhas erradas. “Muitos trocam leite por refrigerante, queijo por biscoito, almoço por sanduíches e tem baixa ingestão de cálcio e vitamina D, importantes para a saúde óssea.” (Annie Bello, nutricionista da UERJ)


Para saber mais sobre obesidade infanto-juvenil acesse: http://acessa.me/8zt
Doenças associadas à obesidade infanto-juvenil: http://acessa.me/8zu
Aspectos psicológicos da Obesidade infanto-juvenil: http://acessa.me/8zw
Tratamentos da Obesidade infanto-juvenil: http://acessa.me/8zy
 Dados retirados da Folha de SPaulo C8 do dia 13/12/2010 e do site ABC da Obesidade: http://acessa.me/8zz



segunda-feira, 6 de dezembro de 2010

Mulheres solitárias e fofas

Analisemos. A grande maioria das encalhadas atribui sua solidão à sua aparência, mas pode ser um ledo engano... ou não.

Vejam por que!

Estatisticamente é sabido que há muito mais mulheres no planeta Terra do que homens. Quase em todas as cidades, com raras exceções, a proporção de homens e mulheres é bem desigual, sendo que a mais baixa está 1:3. Assim sendo, ou seremos traída, seremos a outra ou ficaremos sozinhas. Não excluo a possibilidade de termos relacionamentos saudáveis e monogâmicos, mas isso todos sabem é ainda muito mais raro.

Comportamentos semelhantes foram encontrados em peixes e pássaros ao que as pesquisas realizadas pela Dra. Melissa Burkley, da Universidade Estadual de Oklahoma apresentaram. Mulheres solteiras preferem homens comprometidos havendo uma maior atração sexual quando cientes dessa condição deles. Essa preferência aumenta ainda mais as chances de encontrarmos mais mulheres sozinhas e aumentar a desigualdade de homens para mulheres.

Com o exposto acima poderíamos atribuir como falsa a associação do peso a solidão feminina, contudo existem outras questões relevantes.

Outro fator que contribui para a falta de comprometimento numa relação é o que o polêmico pensador francês, Guy Debord descreve como a “sociedade do espetáculo”, na qual os encontros se apresentam cada vez mais como efêmeros e descartáveis.

Os vínculos são mais virtuais que reais e com as imagens erotizadas, idealizadas por pseudo desejos que acabam por esvaziar a interioridade do ser, a individualidade massificando-as num objeto de consumo coletivo no qual o afeto é desvalorizado e o “Belo” não é mais o mesmo de Platão. (Belo identificado com o bem, com a verdade e a perfeição) O importante é a realização de desejos imediato e carnal, sendo aqui o desempenho o ator principal.

Cada pessoa é um Universo único, particular e personalizado. Cada pessoa pensa, sente, fala e se movimenta de maneira que lhe é própria e que corresponde à imagem que faz de si mesma e a qual quer ser vista. Ou seja, a nossa auto-imagem, o nosso corpo está intimamente ligado à nossa auto-estima.

E agora também podemos afirmar que as “solteiras encalhadas” estão certas ao afirmarem que o seu peso influencia na sua condição romântica, porém não da forma que pensam.

Se “todos os nossos sentimentos se expressam no corpo”, (frase de Aristóteles) o excesso de peso denuncia alguma dificuldade de natureza psicológica (baixa auto-estima), já que é intrínseca a ligação do corpo com o emocional. A desculpa de que não são amadas e desejadas é transferida para a insatisfação com o corpo porque não conseguem assumir ou desconhecem a insatisfação de outros aspectos pessoais que não físicos, estando impossibilitadas de se conhecer, assumir-se, se respeitar, confiar e gostar de si mesmo e do modo de vida que levam.

Por fim, o que quero dizer com tudo isso é que, em nada tem haver a “solteirice encalhada” com o aspecto físico, porque graças a Deus, há um universo de gostos, dando a possibilidade de altas e baixas, gordas e magras, todas as raças, todas as mulheres com suas peculiaridades serem desejadas e amadas, desde que se amem, se gostem e se valorizem.

Conselho: Querem desencalhar? Conheçam-se! Tenham atitude!

quinta-feira, 2 de dezembro de 2010

Pensamento


Acordo, durmo, sonho, acordo...

e meu pensamento vira e mexe

escapa do agora

e percorre o tempo

a procura da tua imagem,

te encontra, divaga...

Por vezes tento domina-lo,

mas no máximo seguro o ato,

o pensamento escapa, foge

livre sem sensura voa,

vai na tua direção...

Sigo em frente tentando não pensar,

mas teimoso,

fica a relembrar

entre tantas e tantas coisas,

é você que ele vai buscar

Quanto mais tento adormece-lo

e assim te esquecer,

indo á novos lugares

conhecendo outras pessoas ,

ele volta e trás o passado

e por mais que me contrarie

associa qualquer coisa, tudo

á tua voz, ao teu cheiro,

teu jeito, teu sorriso...

Por vezes ele se torna tão forte,

que domina o ato,

mas não o espaço, o tempo

e como não pode te ter no momento,

pensa em levar o momento até você.

Pretencioso esse pensamento

tenta assim me levar até você

Convencido também ele é,

acredita que contagia quem ele quer...

Quer se fazer de tolo

esquece que não é contagioso

e que mesmo sendo insistente

desse mal não se padece...

Qualquer hora,

mesmo sem saber quando,

como e porque

ele vai perceber que corações

não são reféns do pensamento.

Que não existe estratégia,

que não adianta perseverar

e aos poucos,

vai seguindo outro rumo,

devagarinho,

vai esquecendo o caminho

pra te encontrar.



Autor desconhecido

Sentimento trancafiado

Antes de adentrarmos no texto, peço licença e agradeço ao site http://www.manualdasencalhadas.com.br/, ao qual eu escrevia pelo espaço e por emprestar este texto, que apesar de ser minha autoria, primeiramente foi divulgado noutro site.

Você já passou por isso? Provavelmente sim. Esconder, omitir, dissimular ou sublimar um sentimento por qualquer razão?

É lindo e poético dizer que vive intensamente seus sentimentos, que se é uma pessoa intensa, mas “na real” isso é bem pouco provável.

Essa liberdade maravilhosa de viver abertamente um sentimento, deixando-o extravasar sem toda sua intensidade é quase uma utopia na sociedade. A menos que seja uma “porra louca” que aja por impulso ou por qualquer preço dá pra bancar os sentimentos em toda sua intensidade. E não vivemos sós.

Cada ato tem suas conseqüências e reverberações e podem se prolongar extensamente atingindo proporções fora do nosso controle.

Vivenciar um sentimento intenso em toda sua potencialidade saí do âmbito pessoal e invade o coletivo. Direta ou indiretamente a manifestação sempre afetará outro. Não há intensidade sem manifestação. Não há luz intensa sem ser vista. Não há som intenso sem ser ouvido. Cheiro, toque ou energia intensa sem ser sentida.

Ao afetar o outro está intrínseco, desejos, fantasias, ganhos e perdas, escolhas e riscos que podemos não estar dispostos a correr ou preparados para assumir.

Intensidade sugere fugacidade e para prolongá-lo ou manter sua intensidade seguro é trancafiá-lo. Proibido ou impossível de ser vivido em toda sua intensidade, exposto em sua plenitude é levado a finitude. Guardado, escondido, controlado na sua manifestação é mantido vivo, mesmo que tênue.

Certo ou errado, não importa, tanto faz. O que dita à norma é a nossa história, nossos traumas, complexos, necessidade e coragem.

O que vale é que é sempre uma possibilidade!

quarta-feira, 1 de dezembro de 2010

Quem dorme pouco perde músculo

Dormir menos de seis horas por noite pode não interferir na perda de peso, mas leva o indivíduo que está em dieta alimentar a perder mais massa magra do que gordura. Pesquisa realizada pela Universidade de Chicago (EUA) realizou uma pesquisa durante duas semanas com 2 grupos com os mesmos aportes calóricos na dieta alimentar, na qual a única variante era a quantidade de horas de sono. Um grupo dormiu oito horas e meia, enquanto o outro grupo dormiu cinco horas e meia. Essa pesquisa foi publicada na revista “Annals of Internal Medicine”. A média de peso perdida foi a mesma para ambos os grupos, contudo a quantidade de gordura eliminada é quatro vezes menor para quem dorme menos. E a diferença não fica só por aí. A sensação de saciedade também é maior para quem dorme mais. Quem dormiu menos de seis horas por noite sentiu dificuldade em controlar a fome e teve o apetite aumentado.

Os pesquisadores atribuem essa diferença a produção de grelina, hormônio que provoca a fome e reduz o gasto energético. Quem dorme menos produz mais grelina, o que é natural já que o corpo entende que se está acordado irá precisar de mais energia. A grelina ácida, substância que aumenta o apetite também tem sua produção aumentada com menos horas de sono.

Quer emagrecer?

Além de comer corretamente, fazer exercícios, durma bem e o suficiente!

Para saber mais sobre obesidade visite o site: http://www.abcdaobesidade.com.br



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quarta-feira, 3 de novembro de 2010

Liberar ou não liberar?

Ontem ocorreu o plebiscito sobre liberação do THC (tetrahidrocannabinol) nos E.U.A. e aqui no Brasil esse assunto também é muito discutido. Alguns são contra e outros a favor e ambos justificam e argumentam por várias razões. Todos os argumentos, vistos e analisados isoladamente possuem suas vantagens e parecem atingir seus objetivos. Contudo sabemos que o ser humano ainda precisa de freios humanos, limites para fazer cumprir o que é certo. Os argumentos mais defendidos são da comercialização para coibir o tráfico e do uso medicinal. Ainda não tenho opinião formada sobre tal assunto, mas vale a reflexão.

Bem, em outros textos seguintes irei colocando outros argumentos e percorrendo um pouco mais para que possamos juntos deliberar e rascunhar uma conclusão.

Até onde sei, estudei e vi durante meu estagio em hospitais psiquiátricos foi que apesar da maconha não fazer mal para a saúde como outras drogas, se assemelhando ao malefício do cigarro e de não causar dependência química, apenas psicológica, ela é uma porta de entrada para uso de outras drogas e pode ser o “start” para psicoses em pessoas que já possuem a predisposição.

Arthur Guerra, psiquiatra responsável pelo Grupo de Drogas da Faculdade de Medicina da USP afirma que já desconfiava da relação entre o uso crônico da maconha e o aparecimento de casos psicóticos, comprovados agora pelo estudo publicado no peródico “Archives of General Psychiatry”

A ONU estima que 190 milhões de pessoas usem maconha no mundo todo. Desses a pesquisa selecionou 3.801 homens e mulheres entre 26 e 29 anos que usavam skunk- maconha mais forte e com maiores quantidades de psicoativo. A pesquisa também avaliou 228 pares de irmãos para estudo sugerindo que fatores genéticos e/ou ambientais têm menos chance de serem responsáveis pela psicose e pelas alucinações.

Esse estudo concluiu que jovens que fumam maconha há seis anos ou mais, apresentam risco maior (2x mais) de terem episódios psicóticos de alucinação ou delírios em relação a pessoas que nunca consumiram a droga. Contudo, não especificaram quantidade de cigarros/dia e nem a freqüência de uso.

A maconha pode ter bom uso medicinal, mas quem controlaria a venda e uso? Também, ainda não se sabe qual efeito colateral do uso prolongado mesmo fazendo uso medicinal, já que todo e qualquer droga medicamentosa possui sua contra-indicação e feito colateral.

Qual é a real intenção de quem defende essa causa? Curar ou usar? Não há outros medicamentos comprovados que causem menos danos ou riscos aos doentes?

Qual seria o custo/benefício do uso medicamentoso?

Há muito que percorrer ainda. Não devemos cair na tentação de defender ou proibir analisando um único prisma, todos devem ser considerados e considerados em sobreposição.

segunda-feira, 18 de outubro de 2010

E pra manter?

Essa frase cabe em diversas áreas e há muito é falada: “É mais fácil comprar, ter, conseguir do que manter”. Variadas pesquisas são realizadas para saber o que atrai e o que une os casais, mas nem tantas são realizadas para saber o que mantém a união daqueles que se unem. Que sabemos empiricamente é que não é fácil manter-se unido, casado.
Será que a “química” que existia entre o casal acaba?
Será que separações são contagiosas como a obesidade e se propagam entre os ciclos sociais, entre os amigos?
Os laços religiosos conseguem dar conta de manter um relacionamento amoroso?
Separações e divórcios são culturais? Por que elas ocorrem?

Ao certo ainda não se pode responder. Poucas pesquisas foram realizadas nesse sentido. Mesmo porque pode haver uma variável infinita delas.
Contudo, sabe-se que cada vez mais o número de separações e desquites vem aumentando. Engraçado que o número de casamentos também. Enfim...
Pesquisas realizadas pelo Núcleo de Estudos da População da Unicamp mostram que o que Deus uniu o homem separa sim, independentemente da religião. A proporção de separações é semelhante à proporção das crenças religiosas, ou seja, em todas as fés a proporção de separações é similar.
O que leva pessoas a unirem-se geralmente é a satisfação na relação. E como separar-se, hoje, não este mais estigmatizado, é menos burocrático, juridicamente mais fácil, e rápido ela é sempre uma possibilidade. Se tradição e religião não são mais fatores determinantes para manter uma relação pode, ao contrário, contribuírem para as separações. Cada vez mais as pessoas vêm de famílias desfeitas, de pais separados que deixam marca no inconsciente das crianças e adolescentes que mais tarde se casarão e mais facilmente se separarão, pois já têm na sua história introjetada a separação dos pais, parentes próximos ou amigos. Sociologicamente há a mídia que reforça essa tendência nas novelas, filmes e programas que projeta a separação como algo inócuo, indolor e sem conseqüências emocionais e financeiras. De certo que o feminismo também interferiu na decisão pela separação, uma vez que reforça a autonomia financeira e moral da mulher, liberando-a da influência e dependência da família e da religião.

Ainda o que fazem casais adiarem a decisão em se separarem é os filhos e a questão financeira. Contudo os filhos só retardam a decisão durante a gravidez e o 1º ano de vida, depois as chances de separação volta a ser igual à de casais sem filhos. E a condição financeira também não é mais problema já que a maioria das mulheres, agora, trabalha fora.

Embora não se saiba o que é mais relevante para separação, sabem-se alguns dos fatores preponderantes para o sucesso da união e nestes, pelo menos o que as pesquisas indicam, não está o fator religioso.
Está a distribuição igualitária das tarefas, o bom diálogo, o bom relacionamento sexual do casal e a boa saúde física e financeira da família. Outro fator que ajuda a manter casais unidos é conviver com outros casais unidos. Pesquisa recente mostrou que separação é contagiosa. Quando casais se relacionam com amigos próximos que estão se divorciando ou acabaram de se divorciar, as chances de que se divorciem aumenta em 75%. Quando o desquitado está a dois graus de separação, ou seja, é amigo do amigo, o efeito é menor, mas as chances, ainda assim, aumentam em 33%. Isso se dá não pela sedução erótica dos amigos solteiros ou do adultero cônjuge. Nem porque os divorciados transparecem levar uma vida livre e feliz, mas por identificação e admiração. Com isso, são usados como modelos desejados a serem seguidos, a serem imitados. Essa ilusão de modos a serem seguidos aumenta, é lógico, quanto mais o amigo é idealizado e distante. Aquele que não o considera como amigo, mas você sim o considera. Ou seja, aquele “amigo” que não se mostra seu amigo. Mas você, mesmo assim, o considera seu amigo.

Então, para mantermos um casamento vivo, pelo que as pesquisas indicam é preciso cuidar da distribuição das tarefas, da comunicação do casal, da compatibilidade sexual e da saúde física e financeira, além da convivência com amigos casados. Com todas essas variáveis para nos preocupáramos e cuidarmos realmente não é tarefa fácil manter um casamento, não é pra qualquer um.
Viva a união!!!

quarta-feira, 6 de outubro de 2010

Trânsito dos opostos

No mundo das aparências a defesa dos opostos soa-me como exagero, uma falácia de beleza e saúde. Tanto a apologia a magreza, considerando magreza IMC abaixo de 18, como o excesso de peso, IMC acima de 25 são parâmetros fashions das passarelas e tentam ditar moda e uma tendência que não é saudável.
Sou partidária do NEM, nem. Nem magra e nem obesa, apenas normal.

Quase sempre que leio noticiários defendendo a anorexia em nome de fama e glamour reforçando a falsa idéia de valoração pela aparência, detonando com auto-estima e sonhos de garotas saudáveis que não conseguem se submeter à insanidade de auto-agredir o próprio corpo e mente com a fome sem pensar nas conseqüências futuras a médio prazo. A obsessão por adentrar num mundo “fashion” cega a coerência permitindo apenas entrada ao imediatismo.

Loucura ainda é divulgar modelos “plus size” mulheres manequim 40/42, sendo que essa numeração é facilmente encontrada em lojas de roupas tamanho normal. Numeração “plus size” em todas as lojas especializadas é a partir do 46. Ou mesmo, considerar “gordinha” quem possui uma estrutura óssea de 98 cm de quadril sem levar em conta o IMC é um desrespeito por não considerar o tipo físico de diversas nacionalidades como, por exemplo, a brasileira.

Por outro lado, defender a obesidade ou até mesmo o excesso de peso como saudável é no mínimo ignorância das predisposições patológicas que isso acarreta.

Fala-se muito mais das doenças e deficiências nutricionais da magreza porque elas aparecem mais rapidamente e são visíveis do que as patologias da obesidade que são silenciosas e ocultas.

Assim sendo, cabe sempre uma boa reflexão da imagem que querem nos vender e por que querem defender esse ponto de vista. Quase sempre no que se refere a imagem, o que se vende é uma ilusão que dificilmente será bem vista no mundo real. É algo inatingível ou inverídico.

sábado, 2 de outubro de 2010

Viciados em e-drugs

Quase tudo que exista no mundo real pode ser encontrado e realizado pela internet. Estamos falando da comunicação rápida do Orkut, facebook, twitters. Dos relacionamentos de amizade, namoro e até sexo virtual propiciados pelas redes dos sites de relacionamentos e sites de encontros. Da propaganda e comércio de produtos diverso através do e-commerce; jogos que simulam a vida real.

O mundo virtual está quase tão real quanto nosso mundo concreto que, por vezes, confundimos o que é real, verdadeiro com o que é virtual e ilusório. Essa viagem ilusionista está tão aprimorada que até o submundo dos vícios e das drogas já existe. São drogas que prometem também um “barato”: euforia, sedação ou alucinação. Verdadeiros estados de êxtase consumindo os e-drugs. Como quase todas outras drogas, os e-drugs também já existem há dezenas de milhares de anos. São sons binaurais. Arquivos de áudio, que quando baixados e escutados afetam o cérebro suscitando emoções, mas dificilmente causam efeito semelhante aos LSD e haxixe. O efeito das ondas binaurais é real e foi descoberto em 1839 pelo físico Heinrich Wilhelm Dove e podem induzir ao estado de excitação e relaxamento. Esses sons diferem da música ou dos mantras pela sua principal característica, na qual cada ouvido capta um tom ligeiramente diferente do outro. O cérebro irá tentar compensar essa diferença de freqüência, fazendo uma sincronização, que no caso específicos das e-drugs, correspondem as ondas Teta (4 a 7 Hz), associadas ao sono REM(ondas na qual ocorrem os sonhos) e a pessoa nesse clima pode ou não “brisar”. Contudo toda a cautela referente aos relatos das “viagens” é valida, mesmo que ainda não tenhamos casos de viciados em e-drugs, só em net, devemos considerar os efeitos manifestados, não como anedóticos, mas frutos do efeito placebo. Extraordinariamente real, poderoso, sendo estudo da neurociência, porém mal compreendido. Acrescente a isso um belo marketing e pessoas influenciáveis e você tem na mão uma droga tão poderosa quanto os mais fortes alucinógenos sem preocupações éticas e reações neurofisiológicas, sendo sem dúvida, até então, mais saudáveis que as drogas reais.

sexta-feira, 1 de outubro de 2010

A gordura encolhendo a infância


O excesso de peso e a obesidade infantil geralmente são negligenciados não só pelos familiares, mas por todos os adultos que acompanham a criança, seja a professora ou os médicos, acreditando que com o tempo e o crescimento, o excesso de peso irá desaparecer facilmente. Aqui vale lembrar que a obesidade é uma doença complexa com altos percentuais de insucessos e recidivas constantes, além de ter alto risco de se tornar um adulto obeso, assim, deveria ocupar um lugar de destaque nos cuidados com a criança.
 
De certo que, gradativamente, a obesidade aumenta com a idade, tanto no homem quanto na mulher, mas estamos encontrando cada vez mais, crianças com excesso de peso ou obesidade cada vez mais novo. Segundo OPAS (Organização Pan-Americana da Saúde) nos últimos 20 anos houve um aumento de 240% de obesidade entre crianças e adolescentes brasileiros.
 
A obesidade infantil se inicia com os pais, mesmo que estes não apresentem excesso de peso ou obesidade, mas devido aos maus hábitos, tanto aqueles que se referem à alimentação quanto ao sedentarismo. Contudo, estudos recentes indicam que a obesidade dos pais, ainda é o maior fator de risco para uma criança se tornar obesa. Estima-se que até 2010, 300 milhões de crianças sofram com a obesidade e seus riscos à saúde, além de estar encolhendo a infância e com isso mudando o comportamento dos jovens.

Sem considerarmos os diversos fatores de risco à vida, já que o excesso de peso na infância programa o organismo para uma vida inteira de saúde frágil, vemos crianças sofrendo de por doenças associadas à obesidade que se instalando cada vez mais cedo.
 
Lembrando sempre que a obesidade mantida na infância e na adolescência tem grande possibilidade de se perpetuar na vida adulta, se tornando mais resistente a ser eliminada. A gordura corporal favorece a antecipação da puberdade, é o que aponta um estudo da Universidade Federal de Pelotas (RS), que acompanhou mais de 2 mil mulheres desde o nascimento.

Quanto maior a velocidade de crescimento e o peso nos primeiros anos de vida, especialmente entre uma no e meio aos três anos e meio, maior o risco de a primeira menstruação ocorrer antes dos 12 anos de idade.

O excesso de peso sinaliza para o cérebro que a criança é mais velha, estando pronta para as transformações do corpo. A hipófise e o hipotálamo são ativados e passam a secretar hormônios que estimulam os ovários e testículos a produzir estrógeno e testosterona. Também o tecido gorduroso produz e transforma hormônios que estimulam o amadurecimento sexual e antecipam os sinais de adolescência. As células gordurosas secretam leptina, hormônio que atua no hipotálamo e na hipófise. O excesso de leptina acelera as atividades dessas áreas que produzem mais hormônios sexuais. Ainda, podem desencadear a puberdade precoce que é uma doença quando os sinais ocorrem antes dos oito anos nas meninas e antes dos nove nos meninos. Isso pode levar a problemas físicos, como baixa estatura entre outros.

Todas essas mudanças de comportamento que as crianças vêm tendo como beijar na boca com apenas dez anos de idade e outros modos mais erotizados não se dá apenas pelo que assistem na TV, mas se deve também pelas mudanças hormonais precoces, afirma Mauricio de Souza Lima, hebiatra do HC de São Paulo. Até mesmo por que as crianças que mais assistem TV são as crianças mais obesas e fazem menos exercícios físicos, formando um ciclo vicioso.


 
Fonte: Caderno Saúde C9, Folha de SPaulo, de 03 de junho de 2010












segunda-feira, 6 de setembro de 2010

Exercício como remédio

Os exercícios podem atuar como medicamentos, tanto prevenindo algumas doenças quanto ajudando no tratamento de outras. Contudo, precisam ser prescritos como os remédios. Idosas que se exercitam regularmente acima de 150 minutos por semana (25 min./dia), consomem, em média, 34% menos remédios do que as mulheres que se exercitam apenas 10 min./dia, as quais são consideradas sedentárias. Os exercícios regulares agem no corpo todo. Por exemplo: com apenas uma caminhada pode-se reduzir a ansiedade e diminui-se o risco de depressão. Também diminui em 73% o risco de demência senil vascular.

As mulheres que caminham com freqüência têm um risco 23% menor de desenvolver câncer de mama. Além de diminuir os níveis de LDL (“colesterol ruim”) e aumentar o HDL (“colesterol bom”), diminuindo o risco cardiovascular. O uso de antiabéticos e anti-hipertensivo e de drogas para o controle do colesterol cai pela metade para os que andam de 15 a 30 quilômetros por semana. A vesícula também é beneficiada, tendo o risco de obter pedras, reduzido. Ainda os exercícios físicos melhoram a sensibilidade à insulina, diminuindo a taxa de glicose em circulação, ajudando a prevenir e controlar o diabetes.

Contudo a quantidade de exercícios deve ser prescrita de forma personalizada, considerando o perfil de cada um e o objetivo a ser atingido. “Se a dose for baixa demais, não terá efeito. Se excessiva, há riscos colaterais, como lesões musculares, articulares e até morte súbita”, diz Lazzoli

Assim sendo, mexam-se!
Seja caminhando, pedalando, dançando, nadando. O importante é ter regularidade e acompanhamento profissional, seja de um Médico do Esporte, de um fisiatra, fisioterapeuta ou profissional de educação física.

Fonte: Celafiscs (Centro de Estudos e Laboratório de Aptidão Física de São Caetando do Sul)

sexta-feira, 13 de agosto de 2010

Longevidade

“A capital mundial da longevidade” é Okinawa, uma província ao sul do Japão, formada por pequenas ilhas, na qual habitam o maior número de centenários do mundo. Sendo eles autônomos em 80% dos seus velhos, dispensando cuidados hospitalares. E qual o segredo para viver tanto? Segundo o geriatra e cardiologista Makoto Suzuki, diretor do centro de longevidade de Okinawana, só a hereditariedade não justifica a longevidade, mas claro que ajuda. Porém, além da genética, outros fatores influenciam podendo aumentar em até 17 anos a vida. São eles: bons hábitos alimentares, atividade física, auto-ajuda (cultivo da autonomia e da espiritualidade) e ajuda mútua (apoio social ou voluntarismo).



Para Makoto, qualquer pessoa de qualquer país pode seguir essa receita e ter vida longa. Mas aqui eu pergunto: para quê viver? Por que você quer viver tanto? Se for para cumprir um propósito nobre, muito que bem. Alias só se vive muito se incluirmos ajuda ao próximo, (ajuda mútua) não é?

 
 
Fonte: FolhaSP - caderno Saúde pag C9 de 11/08/2010

terça-feira, 27 de julho de 2010

Bater para Educar?

Nos últimos dias esse assunto ganhou manchetes no Brasil, depois que o governo federal decidiu transformar o “tapa pedagógico” e castigos físicos em crime. Talvez, alguns tenham refletido sobre o assunto, outros não.

Essa questão por si só já se apresenta tão antagônica, e a meu ver, segue a mesma lógica que permeia criar e manter um departamento de Guerra para defender a Paz.

Achei muito interessante a matéria da capa da Revista Veja deste mês: “Palmadinha fora da Lei”, na qual percorre a história dos castigos físicos iniciada pelos Esparta como recurso na educação de meninos e moços. Naquela época “uma vez ao ano, os meninos eram chicoteados na frente do altar dedicado à deusa Ártemis, protetora da caça e da cidade, num ritual que visava a premiar os mais resistentes.” Esparta desapareceu, mas os castigos sobreviveram.

Naquela época, suportar a dor física era mais uma questão de sobrevivência futura, na qual a resistência física era essencial, do que de educação moral.

Ao longo de trinta anos a Universidade de São Paulo realizou pesquisas com crianças que sofriam castigos físicos na infância e concluíram que essas crianças chegavam à vida adulta, traumatizadas e se mostravam mais agressivas em situações corriqueiras do dia-a-dia”. Também sabemos que as crianças tendem a fazer aquilo que fazemos e não aquilo que falamos para fazerem. Assim sendo, nossas atitudes são mais educativas do que nossa fala.

E plagiando Rosely Sayão “educar é introduzir criança ao mundo do convívio civilizado. Bater, portanto, não faz o menor sentido”.

É possível educar sem usar de força física ou aplicar sansões humilhantes. Isso, porém não quer dizer que as crianças e jovens possam fazer o que bem entendam, entregando-se aos seus impulsos e caprichos, sem precisarem de limite. Alias, dar limites é um ato de amor. Mas para isso é necessário que o educador tenha autocontrole e tenham a segurança de manter-se firme na sua decisão.

Na minha concepção o tal “tapa pedagógico” deveria ser usado em último recurso e em situações de perigo eminente, mas como toda sensação de poder vicia, pode acabar sendo usado fora desse contexto. Como toda lei de difícil aferição e controle, sua existência pode incorrer em abuso, em uso distorcido. Para que isso não ocorra, novamente caímos na mesma questão, vamos punir o mau uso do excesso de agressão com outra agressão? Para que essa nova lei nem precise ser usada será necessário um trabalho de conscientização do desenvolvimento humano. E quem faria isso e em qual momento da vida dos pais?


Dados retirados da Veja ed. 2174 ano 43 nº29 e do encarte equilíbrio assinado por Rosely Sayão da Folha de SP de 27 jul./10