quarta-feira, 3 de novembro de 2010

Liberar ou não liberar?

Ontem ocorreu o plebiscito sobre liberação do THC (tetrahidrocannabinol) nos E.U.A. e aqui no Brasil esse assunto também é muito discutido. Alguns são contra e outros a favor e ambos justificam e argumentam por várias razões. Todos os argumentos, vistos e analisados isoladamente possuem suas vantagens e parecem atingir seus objetivos. Contudo sabemos que o ser humano ainda precisa de freios humanos, limites para fazer cumprir o que é certo. Os argumentos mais defendidos são da comercialização para coibir o tráfico e do uso medicinal. Ainda não tenho opinião formada sobre tal assunto, mas vale a reflexão.

Bem, em outros textos seguintes irei colocando outros argumentos e percorrendo um pouco mais para que possamos juntos deliberar e rascunhar uma conclusão.

Até onde sei, estudei e vi durante meu estagio em hospitais psiquiátricos foi que apesar da maconha não fazer mal para a saúde como outras drogas, se assemelhando ao malefício do cigarro e de não causar dependência química, apenas psicológica, ela é uma porta de entrada para uso de outras drogas e pode ser o “start” para psicoses em pessoas que já possuem a predisposição.

Arthur Guerra, psiquiatra responsável pelo Grupo de Drogas da Faculdade de Medicina da USP afirma que já desconfiava da relação entre o uso crônico da maconha e o aparecimento de casos psicóticos, comprovados agora pelo estudo publicado no peródico “Archives of General Psychiatry”

A ONU estima que 190 milhões de pessoas usem maconha no mundo todo. Desses a pesquisa selecionou 3.801 homens e mulheres entre 26 e 29 anos que usavam skunk- maconha mais forte e com maiores quantidades de psicoativo. A pesquisa também avaliou 228 pares de irmãos para estudo sugerindo que fatores genéticos e/ou ambientais têm menos chance de serem responsáveis pela psicose e pelas alucinações.

Esse estudo concluiu que jovens que fumam maconha há seis anos ou mais, apresentam risco maior (2x mais) de terem episódios psicóticos de alucinação ou delírios em relação a pessoas que nunca consumiram a droga. Contudo, não especificaram quantidade de cigarros/dia e nem a freqüência de uso.

A maconha pode ter bom uso medicinal, mas quem controlaria a venda e uso? Também, ainda não se sabe qual efeito colateral do uso prolongado mesmo fazendo uso medicinal, já que todo e qualquer droga medicamentosa possui sua contra-indicação e feito colateral.

Qual é a real intenção de quem defende essa causa? Curar ou usar? Não há outros medicamentos comprovados que causem menos danos ou riscos aos doentes?

Qual seria o custo/benefício do uso medicamentoso?

Há muito que percorrer ainda. Não devemos cair na tentação de defender ou proibir analisando um único prisma, todos devem ser considerados e considerados em sobreposição.