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quinta-feira, 29 de março de 2012

Automutilação



Diferentemente do que pode parecer, esse não é um ato praticado para chamar a atenção. Nem ao menos é o suicídio. Em menos de 1% dos jovens que se mutilam e a intenção desses atos era o suicídio. Muito pelo contrário. A maioria que se automutila, um em cada 12 adolescentes, comumente mulheres entre 15 e 24 anos, costumam cobrir seus cortes, batidas e queimaduras com as roupas e só são descobertos por acaso. Em geral, é a tentativa de aliviar uma dor emocional, angústia, raiva ou frustrações. Também, menos frequente, pode ser praticada como substituição de dores corpóreas. Isto é, uma dor maior para substituir uma dor menor.

Um estudo realizado no King`s College, em Londres e na Universidade de Melbourne, na Austrália, com 1.802 adolescentes acompanhados por 16 anos foi publicado na revista médica “Lancet”, afirma que menos de 1% dos jovens que se mutilavam, nantinham esse comportamento quando adultos, levando os pesquisadores a concluírem que, na maioria dos casos, o problema se resolve espontaneamente. Contudo isso não significa que seja dispensável tratamento, pois a automutilação está associada a doenças psiquiátricas como depressão, transtorno Bipolar, Síndrome do pânico, Anorexia, Bullying, epilepsia, ansiedade generalizada e merece receber atenção. Dar broncas e represálias ao descobrir esse comportamento dos filhos só piora o quadro. O melhor é recorrer à ajuda médica a fim de ser avaliado e tratado, já que alguns fatores de risco podem estar associados. Além da depressão e ansiedade já citados, abuso de álcool, uso de maconha, família desestruturada, histórico de agressão física na infância, personalidade impulsiva e saber que algum conhecido pratica a automutilação.

O automutilador tende a ter grandes dificuldades para se expressar verbal ou emocionalmente, portanto, não consegue falar publicamente sobre suas angústias nem chorar diante de outras pessoas, por vezes nem quando estão sozinhas. Essa dificuldade de expressão acaba, em muitos casos, sendo um forte fator que desencadeia o comportamento automutilador. Não possui amor próprio e usualmente define a si mesmo como sendo "um lixo humano". Desse modo, alguns tendem a se afastar da família e dos amigos.

Como acontece em outras compulsões, após cessar com a ação de mutilar-se, sentem-se extramente culpados e envergonhados da sua atitude. Alguns abandonam qualquer tipo de atividade em que seja necessária a exibição do corpo, como ir à praia ou a um clube, para que seus cortes e cicatrizes permaneçam ocultas e, desse modo, não tenham que falar sobre o problema. Não possui qualquer expectativa com relação ao futuro, pois se considera incapaz de alcançar qualquer coisa realmente boa. E ainda que consiga não é o bastante para que abandone as práticas autoagressivas, o que faz com que retorne à mesma falta de expectativas a respeito da vida.

Alguns indivíduos afirmam que escrever (textos, poemas, contos, músicas, etc.) lhes parece de grande ajuda, como uma forma de expressar suas emoções, o que não conseguem fazer de outras formas. Desse modo, a necessidade de se automutilar diminui significantemente.

Quando o indivíduo consegue superar a doença, o primeiro problema com que se depara é a sensação de vazio. Muitos ex-automutiladores afirmam que se tornaram incapazes de qualquer sentimento comum ao ser humano, como ódio, raiva, indignação, medo, insegurança, alegria, amor, etc. Sentem-se apáticos e desinteressados com relação a qualquer assunto que os rodeie. "Se alguém morresse ao meu lado, eu não daria a mínima" é uma sentença que bem traduz esse estado de espírito. Tal sensação tem sido observada em vários indivíduos, porém, não se estende por muito tempo. Ainda que tenha alguma recaída, o ex-automutilador tende a sentir cada vez menos falta do comportamento autoagressivo e, com o tempo, o abandona completamente.

Cicatrizes próximas podem ser sinal de problema. Uma forma comum de AM envolve fazer cortes na pele dos braços, nas pernas, coxas e abdômen. Os locais de lesão são, geralmente, áreas escondidas de uma possível detecção por outras pessoas. O número de métodos automutilantes se restringe à criatividade do indivíduo.

Exemplos de formas de automutilação, além de se cortar:

• Esmurrar-se, chicotear-se

• Morder as próprias mãos, lábios, língua, ou braços

• Apertar ou reabrir feridas (Dermatotilexomania)

• Arrancar os cabelos (Tricotilomania)

• Queimar-se, incluindo com cigarro, produto químicos (por exemplo, sal e gelo)

• Furar-se com agulhas, arames, pregos, canetas

• Beliscar-se,

• Ingerir agentes corrosivos, alfinetes

• Envenenar-se, medicar-se (por exemplo, exagerar na dose de remédios e/ou álcool), sem intenção de suicídio.

• bater a própria cabeça contra a parede,

A associação psicoterapia e medicação tem se mostrado eficaz nos casos de automutilação. A psicoterapia, nestes casos, tem como um dos objetivos ajudar o paciente a identificar outras formas de lidar com frustrações que sejam mais eficazes do que seu comportamento. Ainda não há medicação específica indicada para que o paciente pare de se mutilar, entretanto, a medicação pode ser indicada para alívio dos sintomas depressivos e ansiosos que podem colaborar para a manutenção do comportamento.

O ideal é procurar um bom profissional, um psicólogo ou psiquiatra, que possa identificar as causas do problema no paciente e tratá-las

O automutilador necessita, sobretudo, do apoio da família e dos amigos.

sexta-feira, 24 de fevereiro de 2012

Respeito é bom e eu quero


Vivemos num mundo de diferenças e diferentes. Ninguém é igual a ninguém. Mas ainda assim, somos feitos do mesmo “pó”.

São exatamente essas diferenças e diferentes que nos torna fortes e faz do nosso mundo, um mundo rico, colorido, alegre, harmonioso e rítmico. É a diferença manifestada nos diversos diferentes que dá Vida e Existência à plenitude.

E ainda assim, diante de tamanha beleza, insistimos em reduzir o mundo ao “mundo de cada um”, egoisticamente querendo padronizar, todo e qualquer modo, ao “nosso modo”.

Sermos narcisista, querendo que tudo e todos sejam iguais à nós é a origem de discórdia, brigas e conflitos. Impedimos assim a livre manifestação de cada um que, a princípio é exatamente o que admiramos, nos encanta e nos apaixona.

Todos nós somos constituídos de um conjunto de Timina, Adenina, Citosina e Guanina e ainda assim NINGUÉM é igual a ninguém. Não encontramos uma única replica idêntica à outra, graças a combinações entre si de 220 milhões de pares de base.

A resultante das diversas, variadas e DIFERENTES combinações desses pares entre si é que nos leva à filogenia, à evolução das espécies. Ou seja, evoluímos, nos tornamos seres melhores à medida que nos misturamos, interagimos e apreendemos com um diferente.

Um exemplo bem simples para ilustrar a resultante da composição de elementos bem diferentes, sem que cada um perca sua característica específica, é a de dois gases que são muito utilizados na combustão, como o oxigênio e o hidrogênio, quando unidos possuem uma nova característica bem própria que nos permite usa-los para o combate ao fogo, ao formarem a água.

"Cada criatura" escreveu Goethe, "é apenas uma gradação padronizada (Schattierung) de um grande todo harmonioso."

Pensamos ser deuses e esquecemos que Deus disse: “Façamos o homem à nossa imagem, conforme a nossa semelhança” (Gênesis 1:26). Contudo, isso não necessariamente quer dizer que todos tenham que ser iguais. Tendo a Natureza como a melhor representação de Deus, unindo a hipótese de Gaia (deusa grega, Terra), basta que a conheçamos, para nos conhecermos.

Como descrito anteriormente, se fossemos todos iguais (partes idênticas e não apenas semelhantes) não formaríamos, não conseguiríamos nos compor e criarmos outra estrutura mais complexa.

A Vida se manifesta sempre em redes, na qual os sistemas estão todos interligados, indo dos mais simples aos mais complexos formando outro organismo vivo. E para mim, tudo é vivo, até mesmo a pedra, a mesa, a parede, pois qualquer substancia existente é constituída por átomos, o qual sempre se encontra em movimento. E Vida para mim é movimento.

Assim, “sistemas vivos são estruturas complexas que exibem características muito próprias, que "emergem" do conjunto formado por elementos possíveis de serem diferenciados. Por exemplo: pessoas e animais são formados por órgãos que são formados por células que, por sua vez, são formadas por vários elementos moleculares, alguns deles extremamente complexos, e estes, por fim, formados de átomos perfeitamente comuns e, em grande medida (senão na sua totalidade), igualmente presentes em todas as espécies de seres vivos. Ora, embora tenhamos a mesmíssima base atômica, ninguém vai dizer que existe uma igualdade funcional entre, por exemplo, uma rosa e um gato, ou entre um carvalho e um homem, muito embora, em essência, a estrutura do código da vida seja basicamente a mesma entre todos.

Ou seja, valorizemos o outro sem querer modifica-lo, saibamos apreender com o diferente para sermos alguém melhor, e através do exemplo, se conseguirmos, nos fazer útil para evolução do outro.







segunda-feira, 5 de setembro de 2011

Da pra ser para sempre?

Dando seguimento as reflexões sobre relacionamentos:

Um dos objetivos mais almejados há tempos atrás era adquirir uma casa própria e entrar, cursar e terminar uma boa universidade. Posteriormente dentre os sonhos à realizar, também era ter um carro e ascender profissional e socialmente.

Hoje, além de segurança e saúde, um dos objetivos mais cobiçados é primeiro ter e depois manter um relacionamento amoroso duradouro e feliz.

Em tempos onde relacionar-se é “ficar”, onde as relações parecem descartáveis, superficiais e virtuais. Tempos, onde as exigências são maiores e a tolerância menor. Em tempos de independência financeira que favorecem ao individualismo, o objetivo que encontrar alguém com quem se relacionar de forma duradoura e feliz, parece quase impossível.

Em tempo algum se casou tanto. É verdade! Contudo, os números de separações só vêem aumentando. Estatísticas americanas, semelhantes a do Brasil, mostram que 50% dos 1º casamentos, em poucos anos terminam. Nos 2º casamentos isso se repete em 2/3 das uniões. Assim como, ¾ dos 3º casamentos também terminam.

Só podemos deduzir frente a esses dados apresentados, que apesar de serem livres para escolherem seus cônjuges, não são escolhas bem feitas. Mas por quê?

Inúmeros estudos sobre relacionamentos afetivos confirmam que ainda é possível ser para sempre. E ensinam como estreitar laços afetivos e formar vínculos.

Os 18 primeiros meses de relacionamento, ou no máximo 24 meses, é o período de paixão intensa. Não é Amor, apenas paixão. Paixão que cega. Período fértil para maciças projeções, na qual deixamos de ver o outro como ele é e vemos apenas quem queremos ver. Vemos quem idealizamos, sonhamos ser o salvador. Passado esse período ou após uma grande decepção, que só ocorre porque esperamos algo, criamos uma expectativa nada real, essa nevoa de paixão começa a se dissipar. Mas e aí, o que fazer ao descobrir que nos apaixonamos pela pessoa “errada”? Que quem está conosco é outra pessoa, não a que projetamos, idealizamos e sonhamos?

Nossos avôs e bisavôs também eram livres para escolherem seus pares, eles não faziam escolhas erradas? Não possuíam tantas coisas como hoje nós temos, nem tão pouco as facilidades e comodidades de hoje. Talvez por isso soubessem e submetiam-se a sacrifícios em nome da instituição familiar e ainda, aprendiam a serem felizes.

Será, então que existe mesmo “pessoa errada”? Como casamentos arranjados, existentes ainda hoje, nos quais, por vezes, os cônjuges nem se conhecem e conseguem afirmar que o amor cresce com o tempo e conseguem manter uma união amorosa e feliz, diferentemente dos casamentos escolhidos?

Dá para aprender a amar?

Dezenas de trabalhos científicos revelam como se aprende a amar. Porém, é fundamental para que uma relação dure e seja feliz, que ambos tenham vontade e determinação de permanecerem unidos, juntos, de persistirem apesar das dificuldades. Que se comprometam com a relação e que estejam dispostos, não a mudar o outro, mas mudar a si próprio para fazer dar certo.

Afinidades e intimidade não nascem prontas. São construídas no dia-a-dia, partilhando nossos medos, segredos e dúvidas.

Nos dias de hoje, com a responsabilidade de inúmeras contas a pagar, dos bens que queremos e precisamos ter, esquecemos de fitarmos a alma do nosso companheiro, daquele que dizemos amar. Olhamos para ele e não o vemos. Trocar olhares profundos, olhar olho no olho e ver além dos olhos, inconscientemente, dão as pessoas permissão de serem vistas como são, com toda sua fragilidade e baixam as defesas, se deixam vulneráveis e conseqüentemente, mais receptivas. Perceber a fragilidade do outro, desperta o ímpeto de oferecer proteção, favorecendo o acolhimento e o amor.

Ter boa comunicação também favorece a união. Dentro da comunicação, podemos acrescer o respeito, aceitando o outro como ele é, sem querer modificá-lo. Saber ouvir, compreendendo as necessidades do outro, que podem ser diferentes das suas e da sua expectativa. Saber falar, sem impor, sem agredir ou ofender.

Estar juntos. Vivenciar emoções. Executar tarefas juntos sem serem grudados, dependentes. Equilibrando o convívio e a privacidade. Dosando momentos próximos e momentos separados. Descobrir semelhanças, construir objetivos, gostos e interesses comuns.

Sempre terem tarefas novas a serem feitas juntos, segundo o psicólogo Greg Strong, da Universidade da Flórida, aproxima mais as pessoas. A novidade apura os sentidos. Portanto aprender coisas novas juntos, quando não há competição, é um jeito de fortalecer laços.

Manter o humor. Pesquisadores especializados em relações amorosas, já mostraram há 30 anos, que numa união feliz de longa duração os parceiros riam bastante.

Tocar e ser tocado pode despertar inúmeras sensações de carinho, como por exemplo, uma massagem nas costas. E a sexualidade pode reafirmar sentidos de proximidade.

E por fim, vários estudos confirmam, que de uma forma geral, as pessoas preferem conviver e criar laços com pessoas tolerantes, bondosas, educadas, sensíveis e atenciosas. Fazer uso do perdão representaria a máxima dessas qualidades anteriores tendendo a criar vínculo e cumplicidade entre o casal.

De forma geral, cabendo a cada qual o tempero, o toque pessoal, são estes os achados científicos de um relacionamento amoroso feliz e para sempre.

Simples, como todas as coisas boas e verdadeiras da vida, mas que nos exigem um grande trabalho interno.

Mãos à obra...Avante!



Fonte: Revista Mente e Cérebro Ano XVII Nº 205 por Robert Epstein






















quarta-feira, 13 de abril de 2011

Amor também é ciência


Inspirada pela crônica e indignação de Antonio Prata, da Folha de S.Paulo, escrevo tentando esclarecer que o amor também é ciência e estudado. De certo que não são gastos as mesmas cifras gastas às cerdas e ergonômetria das escovas de dentes. Contudo, creio eu, que enormes horas de trabalho de cérebros tão talentosos quanto aqueles da química, da física e de outras tantas outras ciências também foram aplicadas no estudo sobre o amor

Desenvolver uma escova “high-tech da assepsia bucal” pode parecer “fichinha” diante da complexidade que envolve as relações humanas, principalmente a amorosa. Quando estudamos um objeto, no caso, a escova de dente, estamos falando de um produto único, mesmo considerando os diversos modelos e marcas. Falamos de um. Ao falarmos de uma relação nossa equação matemática é outra. Falamos de um grupo, mesmo que seja apenas dois. Mesmo se falássemos de indivíduo, único, suas peculiaridades já seriam bem mais complexas que as escovas de dentes. Mesmo considerando as variações de modelos e marcas que corresponderiam as diferenças individuais, a diversidade humana no que se refere à personalidade já é bem mais rebuscada que escovas de dentes, mas ainda assim podemos usar uma equação matemática simples. Nas relações a equação em questão é de nível médio, sendo necessário usarmos matrizes, determinantes e variáveis. E são essas variáveis que complicam tudo em todas as ciências envolvidas no estudo do amor. Nada é exato, concreto e nem sempre os resultados serão os mesmos quando expostos situações semelhantes. Trabalhamos com o abstrato, subjetivo, subliminar, individual e inconsciente, apesar de termos pelo menos dois no grupo. Socorro!!!! Peço a ajuda da sociologia, da língua portuguesa, da história, da comunicação, da química, da biologia, medicina, da neurociência e da psicologia. Com certeza precisarei de outras que ainda não citei.


A palavra relacionamento provavelmente vem de a palavra relacionar: Estabelecer relação ou analogia entre coisas diferentes. Assim sendo, o relacionamento entre pessoas é a forma como eles se tratam e se comunicam.


O trato às pessoas envolve conceitos, culturas, educações e valores diferentes que podem até se chocarem. Isso sem considerarmos as histórias de vida de cada um que originam os traumas e complexos, estopins de muitas discuções e brigas.


Algo que parece mais simples do que o trato, a comunicação, é um processo que envolve a troca de informações que envolvem símbolos como suporte para este fim: gestos de mãos, fala, escrita e outros que permitem interagir e efetuar algum tipo de troca.


Aqui já encontramos pelo menos duas dificuldades. A primeira é preciso interagir. Para isso os envolvidos precisam querer, ato volitivo, voluntário e espontâneo, no qual o outro não exerce força. Pode até influenciar, mas não terá o controle total do querer do outro. A segunda deve haver troca. Troca é troca. Um dá e o outro recebe. Parece simples, mas é ledo engano. Misturam-se com as expectativas, possibilidades e novamente o querer de cada um. Isso sem considerarmos o individualismo de cada um. E não falo da individualidade de cada um, saudável e necessária apara o bom desenvolvimento do ser humano. Falo do egoísmo.


Antes de partirmos para outras ciências, nos atentando ainda um pouco mais no ato de se comunicar, para a semiótica comunicar-se é a materialização do pensamento/sentimento. Ferrou! Ou seja, antes mesmo de comunicar-me com alguém, e veja bem, isso precede relacionar-se, devo estar ciente dos meus pensamentos e sentimentos. Quem está? Vivemos cada vez mais num ritmo e num mundo voltado para as exigências do externo, do cumprimento de metas, horários e prazos e negligenciamos a nos mesmos.
Como você pode perceber estudar o amor é deveras oneroso e trabalhoso tendo que ser feito cuidadosamente para que uma ciência não se sobreponha a outra, para que os românticos e os revolucionários não percam a ilusão da magia e a ausência das tecnocracias e para que as relações não sejam ausentes de discuções.


Pode parecer sadismo ou masoquismo, mas atritos nas relações são importantes e necessários. Uma DR (discução de relação) é que nos faz sair do invólucro do egoísmo, é uma tentativa de atentarmos também para a necessidade do outro. É a possibilidade de olharmos para nossas mazelas. É a chance de melhorarmo-nos como pessoa e como ser humano.


Talvez Pontes, por essa perspectiva e com um pouco de criatividade(capacidade dotada apenas aos humanos), seja mais romântico discutir na cozinha, às duas e meia da manhã as necessidades amorosas do casal.








domingo, 26 de dezembro de 2010

Preso no Passado

Bem apessoada, bonita, divertida, inteligente, solteira, livre e desimpedida e mesmo assim ninguém se aproxima? Ou quando se aproxima não se vincula, é passageiro?

Sem entrarmos em questões cientificas, porque poderíamos explicar esse fenômeno com as emoções que liberam hormônios e feromônios, atraindo ou repulsando pelo cheiro imperceptível exalado, mas justificando apenas pelo pensamento preso no passado.

Sempre fui apaixonada pelo chefe dessa máquina perfeita que é o nosso corpo humano, o cérebro. E a cada nova descoberta sobre ele (cérebro) fico mais e mais fascinada, reforçando a minha tese de quem manda é os nossos pensamentos. E eles, por vezes, parecem totalmente autônomos e contrariam nossa vontade consciente, atendendo em 1ª instância o inconsciente.

Assim sendo, inúmeras vezes queremos olhar para o futuro, viver o presente, mas estamos presos no passado com nossos pensamentos e emoções.

Enquanto ainda estivermos ligados as emoções de outrora, enquanto nossos pensamentos insistirem em correr ao passado tentando encontrar um antigo amor, a “fila” não anda, não há espaço para um novo amor.

Podemos acreditar que o outro que não “chega”, não se aproxima e que estamos abertos para um novo relacionamento. Contudo, caso nossa mente esteja fechada, parada em um tempo que não volta mais, ela não permite que nossos olhos vejam os “sinais” que outros interessados nos transmitem , deixando para trás oportunidades de vinculação, de empatia e de novas possibilidades amorosas. Tão pouco permite que mostremos disponibilidade. Muito pelo contrário, quando ainda estamos com pensamentos e o coração em antigos relacionamentos, emitimos sinais contrários a qualquer aproximação, mostrando que ainda não estamos prontos. São “sinais” inconscientes para quem os transmite e para quem os recebe, contudo existentes e lidos pelo nosso cérebro.

Assim, para dar espaço ao novo devemos fechar as portas do passado não só com a consciência, mas principalmente em pensamento e coração.

quinta-feira, 23 de dezembro de 2010

Banalização do Amor

Todos esperam encontrar “o amor da sua vida”. Todos querem amar e serem amados. Muitos pensam que amam. Mas o que é o amor?
Amor diferentemente da paixão, não é um sentimento avassalador. Talvez o ditado “amor a primeira vista” seja o grande vilão da história que leva principalmente as mulheres, logo nos primeiros encontros, a declararem aos seus parceiros seu amor. Mas que amor? Isso é paixão! Paixão que mexe com agente a primeira vista.

Paixão que é avassaladora. Às vezes é amizade disfarçada de paixão que também é confundida com desejo, com Tzão.

O “eu te amo” esta banalizado. Divirto-me aos escutar juras de amor de casais de recém-namorados, de pessoas que ainda estão se conhecendo. Em poucas semanas, as juras de amor são trocadas. Projetos de uma vida a dois são sonhados juntos e mal se conhecem. O “eu te amo” proferido forma a imagem de compromisso, de responsabilidade e na grande maioria das vezes ninguém está pronto para se comprometer sem antes conviver.

Encontros casuais de “baladas” e bares carregam a imagem de descontração e falta de compromisso, são apenas para curtir. Lugares assim servem para “ver e ser visto”. Contudo dificilmente um relacionamento iniciado nesses locais vai à frente, se sustenta durante muito tempo. O amor é algo que não chega pronto. Não surge de um dia para o outro. Ele é construído, formado na convivência do dia-a-dia, no companheirismo e complementaridade.

Assim mulherada que quer encontrar um grande amor, não adianta se produzirem ao máximo, ficarem lindas, maravilhosas e saírem somente para baladas e irem ficando com o maior número de homens que lá estão. Saiam dessa roleta russa. Concentrem-se no dia-a- dia. Fiquem exuberantes para visitar uma amiga, irem trabalhar ou

praticar seu hobby preferido, pois é na identificação, na afinidade de valores e de gostos que irá se construir seu grande amor.

Ah… não confunda construir seu grande amor com moldar o gatinho que você conheceu e sentiu o maior Tzão ao seu príncipe encantado. Ninguém muda ninguém.
Veja-o como ele realmente é e decida se vale à pena ou não.
Veja se os prós pesam mais que os contra, porque ambos andam sempre de mãos dadas, não se iluda.
Não se veja no outro. Não projete seus sonhos e complexos no outro. Veja-o como ele é.
Não queira que ele seja igual a você.
Ele é ele. E você é você!















sexta-feira, 17 de dezembro de 2010

As mulheres estão mais sozinhas?

Novamente este texto foi emprestado do http://www.manualdasencalhadas.com.br/ mesmo sendo de minha autoria. Agradeço a Thati pela oportunidade.

A impressão que temos é que hoje o número de mulheres solteiras, sozinhas e encalhada, as famosas “pra titias” são um número muito maior do que em outros tempos. Em rodas de amigas, nos consultórios, na maior parte dos lugares essa reclamação parece ser a tônica dos assuntos. E a queixa comum é a falta de compromisso masculino. Contudo, as pesquisas indicam exatamente o contrário: hoje o índice de nupcialidade (numero de casamentos divididos pelo numero de habitantes maiores de 15 anos de idade X mil) é maior do que há 50 anos atrás. Em apenas 10 anos houve um aumento de 7 pontos percentuais.
Casam-se mais, porém mais tarde. E também se arrependem mais em terem se casado. Apesar de comentarem que há mais felicidade que infelicidade no casamento, 30% das casadas se dizem arrependidas. E destas 32% têm filhos.
Como podemos analisar essa contradição? A pesquisa não faz referencia se desrespeito ao primeiro casamento, ao segundo ou terceiro. Ou seja, a facilidade do divorcio pode ter elevado a taxa de nupcialidade. Segundo, as inúmeras mudanças no comportamento feminino podem dar a falsa idéia de que hoje elas estão mais solteiras quando na verdade, hoje elas se sentem mais livres e seguras para expressar seus anseios, desejos e desilusões do que antes. Ainda, com movimento feminista, a descoberta e uso do anticoncepcional impulsionaram o avanço da mulher à esfera profissional, tirando-a do enclausuramento doméstico, do fazer braçal e silencioso para as escolas, universidades e níveis de doutorado, obtendo mais educação do que os homens em países desenvolvidos.
Toda essa mudança de atitude e de comportamento, como qualquer outro requer uma mudança de pensamento. E a mulher mudou muito e muito rápido. Muito mais rápido do que os homens mudaram.
Hoje há um número maior de domínio da vida pelas mulheres, tornando-as mais autônomas e exigentes para se satisfazer. E a isso podemos incluir os seus pares, pretendentes, namorados e maridos que por não terem acompanhado no mesmo ritmo tais mudanças, por vezes podem se sentirem perdidos na insegurança, sem reconhecerem seu lugar na vida feminina.
O que antes era claro e sabido hoje não mais o é. O homem sabia qual era a sua função, o seu papel na sociedade. Como deveria agir, o que era esperado dele etc. Cabia ao homem conquistar declaradamente uma mulher, defende-la e prover o mínimo necessário para constituição e manutenção de uma família.
Hoje o homem é conquistado e as mulheres são muito mais agressivas, explicitas e enfáticas nesse jogo de sedução. A fragilidade feminina deu lugar a mulheres destemidas que avançam de igual para igual em todas as áreas profissionais e políticas, deixando bem para trás o antigo papel social e econômico feminino, uma vez que elas já conseguem se manter e muitas vezes ser arrimo de família .
Ou seja, o jogo mudou e a maioria dos homens ainda não se adaptou a ele. Todas essas mudanças podem intimidá-los e inibi-los a exercerem seu antigo papel social, conquistar-nos Essa dificuldade em se adaptarem expõe homens mais inseguros e descompromissados com relacionamentos mais duradouros. Talvez os homens ainda gostem das mulheres à moda antiga as quais, ao protegê-las se sentem mais fortes e necessários.

quinta-feira, 2 de dezembro de 2010

Sentimento trancafiado

Antes de adentrarmos no texto, peço licença e agradeço ao site http://www.manualdasencalhadas.com.br/, ao qual eu escrevia pelo espaço e por emprestar este texto, que apesar de ser minha autoria, primeiramente foi divulgado noutro site.

Você já passou por isso? Provavelmente sim. Esconder, omitir, dissimular ou sublimar um sentimento por qualquer razão?

É lindo e poético dizer que vive intensamente seus sentimentos, que se é uma pessoa intensa, mas “na real” isso é bem pouco provável.

Essa liberdade maravilhosa de viver abertamente um sentimento, deixando-o extravasar sem toda sua intensidade é quase uma utopia na sociedade. A menos que seja uma “porra louca” que aja por impulso ou por qualquer preço dá pra bancar os sentimentos em toda sua intensidade. E não vivemos sós.

Cada ato tem suas conseqüências e reverberações e podem se prolongar extensamente atingindo proporções fora do nosso controle.

Vivenciar um sentimento intenso em toda sua potencialidade saí do âmbito pessoal e invade o coletivo. Direta ou indiretamente a manifestação sempre afetará outro. Não há intensidade sem manifestação. Não há luz intensa sem ser vista. Não há som intenso sem ser ouvido. Cheiro, toque ou energia intensa sem ser sentida.

Ao afetar o outro está intrínseco, desejos, fantasias, ganhos e perdas, escolhas e riscos que podemos não estar dispostos a correr ou preparados para assumir.

Intensidade sugere fugacidade e para prolongá-lo ou manter sua intensidade seguro é trancafiá-lo. Proibido ou impossível de ser vivido em toda sua intensidade, exposto em sua plenitude é levado a finitude. Guardado, escondido, controlado na sua manifestação é mantido vivo, mesmo que tênue.

Certo ou errado, não importa, tanto faz. O que dita à norma é a nossa história, nossos traumas, complexos, necessidade e coragem.

O que vale é que é sempre uma possibilidade!