segunda-feira, 3 de maio de 2010

Tipos de esquizofrenia


Como ocorre com a grande maioria dos transtornos mentais e demais psicopatologias, não se pode efetuar o diagnóstico através da análise de parâmetros fisiológicos ou bioquímicos. Ele é resultado apenas da observação clínica cuidadosa das manifestações do transtorno ao longo do tempo. Contudo, é importante que exclua-se outras doenças ou condições que possam produzir sintomas psicóticos semelhantes (abuso de drogas, epilepsia, tumor cerebral, alterações metabólicas). Assim, o diagnóstico da esquizofrenia é por vezes difícil de ser realizado. Mas, além do diagnóstico é importante que o profissional identifique qual é o subtipo de esquizofrenia.

Atualmente, segundo o DSM IV, existem cinco tipos:

Critérios Esquizofrenia Tipo Paranóide segundo DSM IV

  • Preocupação com um ou mais delírios ou alucinações auditivas freqüentes

  • Nenhum dos seguintes é proeminente: discurso desorganizado, comportamento desorganizado ou catatônico, ou afeto embotado ou inadequado

O tipo Paranóide, é a forma que mais facilmente é identificada com a doença, predominando os sintomas positivos. O quadro clínico é dominado por um delírio paranóide relativamente bem organizado. Os doentes com esquizofrenia paranóide são desconfiados, reservados, podendo ter comportamentos agressivos.

Critérios Esquizofrenia Tipo Desorganizado segundo DSM IV

Todos são proeminentes

  • Discurso desorganizado

  • Comportamento desorganizado

  • Afeto embotado ou inapropriado

  • Não são preenchidos critérios para Tipo Catatônico

O tipo Desorganizado, em que os sintomas afectivos e as alterações do pensamento são predominantes. As ideias delirantes, embora presentes, não são organizadas. Alguns doentes pode ocorrer uma irritabilidade marcada associada a comportamentos agressivos. Existe um contacto muito pobre com a realidade.

Critérios Esquizofrenia Tipo Catatônico segundo DSM IV

  • Imobilidade motora evidenciada por cataplexia (incluindo flexibilidade cérea ou estupor)

  • Atividade motora excessiva (aparentemente desprovida de propósito e não influenciada por estímulos externos)

  • Extremo negativismo (uma resistência aparentemente sem motivo a toda e qualquer instrução ou manutenção de uma postura rígida contra tentativas de mobilização) ou mutismo

  • Peculiaridade do movimento voluntário evidenciadas por posturas (adoção voluntária de posturas inadequadas ou bizarras), movimentos estereotipados, maneirismos proeminentes ou trejeitos faciais

  • Ecolalia ou ecopraxia

O tipo Catatónico, é caracterizada pelo predomínio de sintomas motores e por alterações da actividade, que podem ir desde um estado de cansaço e acinético até à excitação.

Critérios Esquizofrenia Tipo Indiferenciado segundo DSM IV

  • Não são preenchido critérios para os tipo paranóide, desorganizado ou catatônico.

O tipo Indiferenciado apresenta habitualmente um desenvolvimento insidioso com um isolamento social marcado e uma diminuição no desempenho laboral e intelectual. Observa-se nestes doentes uma certa apatia e indiferença relativamente ao mundo exterior.

Critérios Esquizofrenia Tipo Residual segundo DSM IV

  • Ausência de: delírios e alucinações, discurso desorganizado e comportamento amplamente desorganizado ou catatônico proeminente

Existe evidência contínua da perturbação, indicada pela presença de sintomas negativos ou dois ou mais sintomas relacionados com os critérios para Esquizofrenia presentes de forma atenuada (por ex. crenças estranhas, experiências perceptuais incomuns)

O tipo Residual, nesta forma existe um predomínio de sintomas negativos, os doentes apresentam um isolamento social marcado por um embotamento afectivo e uma pobreza ao nível do conteúdo do pensamento.

Existe também a denominada Esquizofrenia Hebefrênica, com incidência da adolescência, com o pior dos prognósticos em relação às demais variações da doença, e com grandes probabilidades de prejuízos cognitivos e sócio-comportamentais.

Estes subtipos não são estanques, em determinada altura da evolução do quadro, a pessoa pode apresentar aspectos clínicos que se identificam com um tipo de esquizofrenia, e ao fim de algum tempo poder reunir critérios de outro subtipo. Outro critério de classificação muito usado é a CID-10 (Classificação Internacional de Doenças e Problemas Relacionados à Saúde). A CID é usada no Brasil e foi adotada como referência para profissionais de saúde do SUS; sua maior utilidade está na possibilidade de traçar perfis epidemiológicos que facilitem as esferas do governo no investimento em saúde.

Assunto relacionado: http://migre.me/6dsp6

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