quinta-feira, 3 de março de 2011

Carnaval

Inspirada pelo meu amigo @4talesa e seu texto sobre fantasias, resolvi também falar das fantasias.
 
Todos têm fantasias e é no Carnaval que podemos “soltar a franga” e extravasá-la, fazendo-nos acreditar, mesmo que por um breve momento, que somos quem vestimos. Brincamos e nos divertimos... Depois nos despimos e voltamos à nossa realidade. Até aí nada de mais. O problema começa quando nos esquecemos de tirar a fantasia e pensamos ser o que não somos ou queremos viver um personagem o tempo todo. E aqui uso a idéia de fantasia que o Rondinelli usou. Não a fantasia de personagens, mas a fantasia dos vários papeis sociais que vivenciamos no nosso dia-a-dia e nos esquecemos de despir.

Em termos Junguianos é quando a Persona (“Rosto que usamos para o encontro com o mundo social que nos cerca”- Murray Stein) se apodera do Eu. Quando a pessoa sofre uma despersonificação, assumindo apenas, e em qualquer lugar e momento, o título que lhe confere a profissão ou o estado civil. Aí encontramos pessoas que mesmo fora do seu ambiente de trabalho ainda se apresentam como professor ou Dr. Fulano de tal ou como a fulana mãe, esposa, irmã ou filha de beltrano.
 
São pessoas que não se sentem confiantes de se assumirem sem seus títulos e se confundem com aqueles ou aquilo que representa, já que podem usar a roupagem do cargo que ocupam, da condição financeira ou até mesmo da beleza física.

Essas fantasias não usam para brincar e se divertirem. Mesmo acabando o carnaval, não se despem, seguem dependentes e muitas vezes, inconscientes de tal ato e de quem realmente são.

A Persona, essa “máscara” social é necessária para nos ambientarmos nas diferentes situações e necessidades sociais, contudo ainda sim sabemos quem somos, do que gostamos ou o que queremos. Quando assim fazemos, usando-a de forma propositada, mantemos a mobilidade e a liberdade de expor nossa real personalidade quando alterados alguns padrões sem medo e sem vergonha, mudando o figurino sem prejuízo de quem somos.

Quando não nos despimos desse traje, escolhido, cortado e feito em função das expectativas alheias para sermos aceito, ele acaba por oprimir, causando grande mal-estar a aquele que o veste.


Saiba mais sobre o Carnaval: http://migre.me/7EdB6










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