sexta-feira, 15 de junho de 2012

ONU Mulheres





Foi criada há um ano a ONU Mulheres, tendo como diretora-executiva, Michelle Bachelet, ex-presidente do Chile (2006-2010). A criação da ONU Mulheres coincidiu com profundas mudanças no mundo em relação à desigualdade de gêneros até as mobilizações pela liberdade e a democracia no mundo árabe, reafirmando a convicção da ONU Mulheres de que um futuro sustentável só poderá ser alcançado por mulheres, homens e jovens que desfrutem da igualdade plena.

Desde o século passado temos testemunhado transformações como nos direitos legais, avanços na educação e participação das mulheres na vida pública. Contudo, ainda precisamos de governos que modifiquem leis, empresas que ofereçam empregos decentes e remunerações iguais, (hoje ainda com um GAP de pelo menos 30% menor), pais e mães que ensinem seus filhos e filhas que todos os seres humanos têm que ser tratados do mesmo modo.

Apesar dos enormes avanços, nenhum país pode se declarar totalmente livre da discriminação de gênero. Essa desigualdade se manifesta nos hiatos de salários e oportunidades, na baixa representação de mulheres nos postos de liderança, nos casamentos precoces e na violência contra as mulheres em todas as suas formas.

Porém, a maior disparidade está na área rural. Mulheres e meninas enfrentam alguma das piores desigualdades no acesso a serviço sociais, à terra e a outros bens de produção.

Dar o mesmo acesso as mulheres agricultoras oferecido aos homens, tiraria da fome entre 100 e 150 milhões de pessoas. Dar renda, direito à terra e crédito às mulheres, haveria menos meninos e meninas desnutridos.

Por outro lado, toda mulher deve ter o direito de escolha em trabalhar fora ou não. O que já foi bandeira do feminismo, hoje pode ser um estrangulamento da liberdade de escolha, uma prisão. A mulher deveria ter liberdade suficiente para decidir trabalhar fora ou não. Casar ou não, ter filhos ou não sem constrangimento. A ideia de casar e ficar em casa cuidando dos filhos deve ser uma opção não vista como algo contra as mulheres, como uma ideia machista e preconceituosa, porque se não saímos do machismo radical para o feminismo radical e continuaremos aprisionadas em escolhas de massa ditadas por poucos.





Fonte: Jornal Folha de S. Paulo, tendências/debates, 8 de março 2012. Algumas frases são quase literais e pertencem a Michelle Bachelet e a Talyta Carvalho.



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