sábado, 2 de outubro de 2010

Viciados em e-drugs

Quase tudo que exista no mundo real pode ser encontrado e realizado pela internet. Estamos falando da comunicação rápida do Orkut, facebook, twitters. Dos relacionamentos de amizade, namoro e até sexo virtual propiciados pelas redes dos sites de relacionamentos e sites de encontros. Da propaganda e comércio de produtos diverso através do e-commerce; jogos que simulam a vida real.

O mundo virtual está quase tão real quanto nosso mundo concreto que, por vezes, confundimos o que é real, verdadeiro com o que é virtual e ilusório. Essa viagem ilusionista está tão aprimorada que até o submundo dos vícios e das drogas já existe. São drogas que prometem também um “barato”: euforia, sedação ou alucinação. Verdadeiros estados de êxtase consumindo os e-drugs. Como quase todas outras drogas, os e-drugs também já existem há dezenas de milhares de anos. São sons binaurais. Arquivos de áudio, que quando baixados e escutados afetam o cérebro suscitando emoções, mas dificilmente causam efeito semelhante aos LSD e haxixe. O efeito das ondas binaurais é real e foi descoberto em 1839 pelo físico Heinrich Wilhelm Dove e podem induzir ao estado de excitação e relaxamento. Esses sons diferem da música ou dos mantras pela sua principal característica, na qual cada ouvido capta um tom ligeiramente diferente do outro. O cérebro irá tentar compensar essa diferença de freqüência, fazendo uma sincronização, que no caso específicos das e-drugs, correspondem as ondas Teta (4 a 7 Hz), associadas ao sono REM(ondas na qual ocorrem os sonhos) e a pessoa nesse clima pode ou não “brisar”. Contudo toda a cautela referente aos relatos das “viagens” é valida, mesmo que ainda não tenhamos casos de viciados em e-drugs, só em net, devemos considerar os efeitos manifestados, não como anedóticos, mas frutos do efeito placebo. Extraordinariamente real, poderoso, sendo estudo da neurociência, porém mal compreendido. Acrescente a isso um belo marketing e pessoas influenciáveis e você tem na mão uma droga tão poderosa quanto os mais fortes alucinógenos sem preocupações éticas e reações neurofisiológicas, sendo sem dúvida, até então, mais saudáveis que as drogas reais.

2 comentários:

Anônimo disse...

Eu diria que os efeitos das drogas do mundo virtual podem ser ainda piores que as reais porque em muitos casos passam despercebidos, em parte porque o indivíduo disfarça como se fosse trabalho ou lazer, enganando-se e um dia percebe que já não vive mais sem isso e faz atividades virtuais repetidas vezes até se satisfazer e começa a acreditar que os relacionamentos instantâneos virtuais são concretos.

Ana Beatriz Cintra disse...

4talesa, vc tem toda razão se considerarmos vício em net, contudo falamos aqui especificamente das drogas comercializadas como se produzissem os mesmos efeitos que as drogas sinteticas e concretas.
Mas se você for até o outro post anterior, "viciados em net", verá esse assunto melhor abordado.