terça-feira, 25 de outubro de 2011

Roncar é mais que irritante, é perigoso

O ronco é aceito, tradicionalmente, como uma fatalidade intratável, como sinônimo de bom sono, no qual em nada prejudica o roncador, apenas incomoda e irrita o parceiro ou parceira com quem se divide a cama. Ledo engano. Ele não é inócuo, mas um sinal alerta.



O ronco é definido como um som produzido pela obstrução parcial das vias aéreas superiores causado pelo relaxamento dos músculos da garganta, o que acaba por dificultar a passagem do ar durante a respiração. É este relaxamento dos músculos que acaba induzindo, também, abertura da boca do indivíduo.

O sono, além de provocar relaxamento muscular natural das paredes da faringe que tem diminuição do seu tônus induzido pelo repouso, altera a coordenação entre as contrações do diafragma e dos músculos da garganta. Normalmente, a inspiração inicia pelos músculos da asa do nariz e propaga-se pela faringe, laringe e parede torácica, até alcançar o diafragma. Suspeita-se que os roncadores sofram uma perda dessa coordenação herdada geneticamente.

Outra perda que ocorre com o decorrer da idade e que agrava a obstrução nasal, é a perda de elasticidade; ou uma obstrução nasal devida, a aumento do volume de secreções e produção de muco, a desvio de septo nasal, rinites, sinusites, pólipos nasais; fatores anatômicos como queixo pequeno, mordida estreita, céu da boca (palato) em formato de ogiva, amígdalas e adenóides aumentadas.

Além desses fatores, a obesidade pode dificultar ainda mais essa passagem do ar. O aumento do tecido adiposo no pescoço reduz o calibre da via aérea predispondo a obstrução durante o sono. Em suma tudo que estreite a passagem do ar e facilite o contato entre as paredes da garganta propiciará o ronco.

 
O ronco além de trazer insônia ao cônjuge e sérios problemas de relacionamento, traz risco à saúde e de vida. Quem ronca está esforçando sua musculatura respiratória para além de seus limites, e está sobrecarregando o coração de trabalho

"54% dos acidentes de transito e 24% dos acidentes domésticos ocorrem por sonolência causada por problemas do sono de forma aguda ou crônica."

Segundo o instituto do sono de São Paulo, a ausência de um sono saudável pode provocar sérios problemas de saúde como:

Falta de concentração;

Alteração da coordenação motora;

Aumento da pressão arterial;

Alteração do ritmo cardíaco;

Maiores chances de infarto do miocárdio;

Maiores chances de derrame cerebral e

Sonolência diurna excessiva.

Outros estudos mostraram risco aumentado do desenvolvimento de diabetes, mesmo sem a presença de apnéia do sono.

O Ronco leve (ressonar) e eventual como em determinadas situações (apenas após uso de bebidas alcoólicas ou tranquilizantes, por exemplo) não deve ser considerado um problema médico. Entretanto indivíduos que apresentam ronco alto e/ou frequente devem procurar a avaliação de um médico especialista em medicina do sono para avaliar a presença de Apnéia do Sono associada (principalmente se possuírem mais de 40 anos de idade ou outras doenças como obesidade, hipertensão, diabetes, doenca coronariana, etc).

O ronco ocorre em ambos os sexos e em qualquer idade, mas na medida em que envelhecemos, devido à flacidez dos tecidos moles da garganta, o ronco é mais comum entre os mais velhos.

"Pesquisas demonstram que cerca de 40% dos homens e 30% das mulheres são roncadores habituais"

Nas mulheres, a menopausa pode ocasionar o ronco por causa da perda ou diminuição dos hormônios femininos.

Aproximadamente, 20 milhões de pessoas roncam no Brasil, sendo que 6 milhões dessas pessoas apresentam sérios problemas respiratórios durante o sono. Por esses números, estima-se que 20 mil brasileiros morrem por ano devido a complicações cardiovasculares desencadeadas pelos distúrbios respiratórios do sono.

Você sabia que a perda de memória, dificuldade de raciocínio, obesidade, pescoço grosso, circunferência abdominal elevada, boca pequena, queixo para trás e amídalas grandes, além de dores de cabeça ao despertar, irritabilidade, queda do desejo sexual e disfunção erétil (impotência), podem também ser provocadas pela apnéia do sono?

Apnéia do sono é um estágio mais avançado do ronco. Ela é caracterizada por uma alteração da respiração que ocorre durante o sono e que provoca sucessivos episódios de obstrução, paradas respiratórias de curta duração (em geral entre 10 e 60 segundos) durante o sono. Os sintomas mais comuns para identificar a apnéia são: ronco, sufocamentos e engasgos durante o sono.

Não, nem todos que roncam têm apnéia, mas praticamente todos que tem apnéia, roncam.

O tratamento do ronco pode ser bastante simples. Para os casos iniciais, a mudança de posição pode ser suficiente. Dormir de barriga para cima, a posição que mais causa ronco. Elevar a cabeceira, com tacos sob os pés da cama soma-se ao efeito da posição. Evitar álcool e refeições lautas antes de dormir pode resolver o problema por algum tempo. Alguns medicamentos e aparelhos também ajudam no tratamento para evitar o ronco.

Ou seja, ronco tem solução...dá para parar de roncar!!!

Procure seu otorrinolaringologista e dê adeus ao ronco!



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