segunda-feira, 10 de outubro de 2011

Príncipes ou sapos?

Príncipes encantados ainda existem? As mulheres ainda sonham em encontrar e casar com um?


O mundo mudou. A história real vigente pouco nos lembra os contos de fadas e as histórias românticas com finais felizes. Comportamentos e expectativas dos homens e, principalmente das mulheres, mudaram. Hoje muito mais independentes, almejam sucesso profissional e financeiro. Estudam mais, são mais competitivas e seguras. São donas de agendas sociais mais agitadas e se sentem mais seguras até para darem investidas no sexo oposto e mostrarem descaradamente suas intenções.

O que parece não ter mudado é a procura pelo “Príncipe encantado”. De certo que hoje as mulheres são mais exigentes, não basta apenas palavras bonitas e frases de efeito, querem mais ação. Não basta ser bem sucedido, alias, isso é o que menos importa. As mulheres querem companheirismo. Um homem que além de ver futebol e/ou corrida de F1, que as a acompanhem nas atividades do seu dia-a-dia. Que divida tarefas, que também saiba conversar sobre seu universo. Mais do que riqueza, beleza e corpos sarados, que são aspectos ainda valorizados mais por homens, mulheres se atraem por homens que as valorizem e reconheçam seu trabalho. E diferentemente do que Amélio e Gikovate, psicólogos homens, pensam que escutam, que “as mulheres quando encontram um homem bom e companheiro, o acham chato e enjoam e acabam preferindo os cafajestes”. Bom e companheiro, não é grudento, dependente e sem opinião. Elas não querem se tornar “o homem” da relação.

Mas nem tudo mudou. Ambos, homens e mulheres, ainda procuram pela sua “cara-metade”. “A mulher ainda espera que o homem tenha algo a mais do que ela, voltando de certa forma, à idéia de príncipe”.

Mas, como toda história de Príncipe Encantado, o cavalheirismo tem lugar cativo no coração feminino. Que mulher não se encanta e se derrete com aquele tipo que ainda manda flores, raríssimo hoje me dia, que abre a porta do carro e, sim, paga a conta do jantar. Aquele tipo que a faz se sentir única e especial. Como Amélio diz: “nenhuma mulher gosta de dividir a conta do motel” e nisso ele está certíssimo. Apesar dos avanços e conquistas femininas, toda mulher quer e gosta de ser cuidada e protegida. Essas ações gentis reforçam o arquétipo, formado e alimentado desde a era nômade, do homem protetor, parceiro ideal no universo feminino.

Muita coisa não é mais como antigamente. Novas invenções tecnológicas descobertas científicas, comportamentos transformados, mas a idéia romântica da junção de pares ainda persiste. E até por questão de preservação da espécie, talvez nunca saia de moda.

O que hoje tem mudado nas relações, além dos casamentos arranjados, é a busca do companheiro não pela complementação dos opostos, mas pela semelhança e afinidade. É a paixão avassaladora, mistura de tzão e medo, desejo e inconsciência, vem dando espaço ao amor. E o amor parece não ter mudado. Surge pela admiração pelo parceiro, somado a atração química, física e/ou espiritual. É o sentimento singelo que gera paz e permite que desarmado se mostre o melhor de cada um. É a presença do outro que traz a sensação de aconchego.

E se é como Amélio diz que pesquisas do IBGE apontam de que existem 3 milhões de homens a mais do que mulheres no Brasil, e eles não fazem exigências para sair uma vez, namorar, para transar. A única escolha em que o homem é tão exigente quanto a mulher é para casar. Mas essa exigência ele não revela.

Então mulherada, fiquem atentas porque “Sapos” tem muitos, “Príncipes” são poucos.




Fonte: Suplemento feminino set/2004 Profissionais consultados Ailton Amélio e Flávio Gikovate









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