segunda-feira, 13 de agosto de 2012

A Guerra da Indústria das Guloseimas contra Direito do consumidor e sociedades Médicas


A escalada da obesidade Infantil no Brasil vem preocupando autoridades da Saúde Publica, que estudam regulamentar ainda mais a publicidade infantil de alimentos com alto teor de gordura, sódio e açúcar bem como de bebidas com baixo teor nutricional.



O aumento dos índices de obesidade infantil é alarmante e de certo que as propagandas não são as únicas vilãs, mas ainda assim, tudo que puder ser feito para diminuir esse índice vale a pena ser feito. Se pensarmos que a influência desse ou daquele fator é pequena nossas crianças continuarão engordando e ficando doentes cada vez mais.

O Código Brasileiro de Publicitária do Conar, um dos mais rígidos do mundo, já diz que “quando os produtos forem destinados às crianças, sua publicidade deverá abster-se de qualquer estímulo imperativo de compra.” Mas um projeto que tramita no Senado quer limitar os horários para veiculação de comerciais de alimentos “engordativos” entre 21h e 6h, seguidos de alertas sobre risco do consumo excessivo dos produtos.

Florianópolis e Belo Horizonte, tomaram a frente e proibiram a venda de alimentos com brindes colecionáveis como as redes de fast food oferecem incentivando as crianças a comerem mais. E quem resiste? Até eu, uma adulta que já entrou na casa dos “enta”, já pedi o lanche infantil só para ficar com os brindes, imaginem uma criança que não tem discernimento, senso crítico em relação ao anuncio, a comida e ao malefício que lhe fará? Ela apenas pensa na diversão, na alegria que o brinquedo, o brinde lhe trará. O apelo é tão envolvente, que lógico, que influência diretamente na escolha do produto pela criança.

Estudos realizados mostram que o aumento de mais de 200% na incidência de sobrepeso entre crianças de cinco a nove anos nos últimos 30 anos, não é apenas devido às propagandas. Inúmeros fatores contribuem, sendo o maior deles a genética, seguida pelos hábitos familiares entre outros fatores externos.

“A publicidade induz o filho a pedir”, mas é o adulto que libera e provê o alimento à criança. Essa permissividade pode ser explicada pela culpa da ausência dos pais no dia-a-dia da criança, pela falta de tempo em olhar e cuidar melhor da criança. Também pode ser explicada por ser um hábito também incorporado pela modernidade e comodismo do adulto. “Não adianta proibir refrigerante e colocar a garrafa na mesa”. A criança incorpora novos hábitos e condutas mais pelo exemplo do que pela palavra, pela ordem. Especialista sobre o assunto, obesidade, concordam que proibir não é um bom negócio. Por vezes pode aumentar ainda mais a vontade e o descontrole com aquele determinado alimento. Além do exemplo, o melhor é persuadir a criança a experimentar e optar por outros alimentos.

Quando há uma criança obesa na família, a família inteira deve ser tratada para que haja sucesso no emagrecimento daquele indivíduo. Não só a dieta alimentar deva ser igual para todos os membros da casa, como analisar os valores dados aos alimentos. Se os adultos estão usando-os de maneira adequada, servindo para nutrir ou se o alimento está servindo como premio e castigo. Enfim, a dinâmica familiar deve ser observada e adequada para que a criança emagreça de forma saudável.


Fonte: Equilibrio da Folha de S.Paulo, 07/08/2012 matéria de Juliana Alves

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